O Investimento Direto Estrangeiro (IDE) em Cabo Verde caiu 42% no primeiro semestre de 2020, face ao ano anterior, para 26,5 milhões de euros, afetando sobretudo o turismo, segundo dados do banco central.
De acordo com dados do último boletim estatístico do Banco de Cabo Verde, com dados até julho, consultado hoje pela Lusa, apesar da quebra face aos primeiros seis meses de 2019, o IDE no arquipélago recuou 19% do primeiro para o segundo trimestre de 2020, para 1.309 milhões de escudos (11,8 milhões de euros).
Até junho, o IDE em Cabo Verde totalizou 2.926 milhões de escudos (26,5 milhões de euros), valor que compara com os 4.157 milhões de escudos (37,6 milhões de euros) do primeiro semestre de 2019.
A indústria liderou o IDE em Cabo Verde no segundo trimestre, com cerca de 650 milhões de escudos (5,9 milhões de euros), enquanto o turismo, que tem liderado o investimento estrangeiro no arquipélago, garantiu apenas 139 milhões de escudos (1,3 milhões de euros), uma quebra de mais de 90% face ao período de abril a junho de 2019.
Esta quebra é explicada com o agravamento da pandemia de covid-19 no arquipélago, que desde 19 de março está encerrado a voos internacionais regulares, com o turismo, que garante cerca de 25% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, praticamente parado.
Espanha continua a liderar o IDE em Cabo Verde, somando 458,7 milhões de escudos (4,1 milhões de euros) no primeiro semestre, uma quebra de 43,5% face a 2019.
Segue-se Portugal, que continua com um saldo negativo (entre entradas e saídas de investimento português no país) em 2020. Contudo, o IDE português passou de um valor negativo de 401,6 milhões de escudos (3,6 milhões de euros) no primeiro trimestre para um investimento positivo líquido de quase 181 milhões de escudos (1,6 milhões de euros) contabilizado de abril a junho.
O Investimento Direto Estrangeiro em Cabo Verde aumentou 3,2% em 2019, face ao ano anterior, para mais de 10.375 milhões de escudos (94 milhões de euros), liderado por Espanha e registando já então uma forte retração de Portugal.
De acordo com dados compilados anteriormente pela Lusa com base nas estatísticas do banco central, apesar desta subida, globalmente, o IDE ainda não recuperou os níveis de 2017, quando ultrapassou os 10.867 milhões de escudos (98,4 milhões de euros).
Portugal registou um IDE em Cabo Verde no ano de 2018 de 1.032 milhões de escudos (9,3 milhões de euros), que desceu 278%, para um saldo negativo de 1.846 milhões de escudos (-16,7 milhões de euros) em 2019.
De acordo com dados da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, a comunidade portuguesa em Cabo Verde desenvolve atividades nas áreas do comércio, incluindo a distribuição alimentar e de bebidas, na hotelaria e restauração, na construção civil e metálica, entre outros.
O IDE em Cabo Verde foi liderado em 2019 por Espanha - sobretudo na área das pescas e indústria das conservas -, mas que também sofreu uma forte quebra em 2019, diminuindo 51,3% face a 2018, para pouco mais de 937 milhões de escudos (8,5 milhões de euros).
Com Lusa
Comentários