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Covid-19. Tráfego aéreo internacional controlado por Cabo Verde recupera oito meses depois
Economia

Covid-19. Tráfego aéreo internacional controlado por Cabo Verde recupera oito meses depois

A FIR Oceânica do Sal controlou em Novembro 57 aeronaves por dia, em média, em passagem no espaço aéreo gerido por Cabo Verde, o valor mais alto desde Março, início da pandemia, segundo dados da empresa pública ASA.

De acordo com um boletim de tráfego da empresa pública Aeroportos e Segurança Aérea (ASA), ao qual a Lusa teve hoje acesso, Cabo Verde controlou 1.727 aeronaves em Novembro, contra os 4.711 no mesmo mês de 2019 (-63,3%).

O sector da aviação é um dos mais afectados pela pandemia de covid-19 em todo o mundo, com fortes limitações à actividade face ao encerramento do espaço aéreo de vários países, na tentativa de conter a progressão da doença.

Em Março, o movimento de aeronaves na FIR Oceânica do Sal já tinha caído 30%, para 3.566 aeronaves, mas seguiram-se meses de mínimos históricos: 512 aviões em Abril, 622 em Maio, 831 em Junho e 999 em Julho.

A recuperação acelerou em Agosto e Setembro, para respectivamente 1.114 e 1.295 aviões controlados a partir do Sal, no espaço aéreo gerido por Cabo Verde, subindo em Outubro para 1.665.

A gestão desta FIR é uma das principais fontes de receitas do sector aeronáutico de Cabo Verde. Os rendimentos da ASA com o sector da navegação aérea cresceram 19% de 2017 para 2018, para 2.945 milhões de escudos (26,6 milhões de euros), o equivalente a 43% de todas as receitas da empresa pública, que gere os aeroportos do país.

A FIR (região de informação de voo) corresponde a um espaço aéreo delimitado verticalmente a partir do nível médio do mar, sendo a do Sal – que existe desde 1980 – limitada lateralmente pelas de Dakar (Senegal), Canárias (Espanha) e Santa Maria (Açores, Portugal).

Toda esta área está sob jurisdição das autoridades aeronáuticas cabo-verdianas, tendo a FIR sido criada em 1980.

De Janeiro a Novembro deste ano, a FIR Oceânica do Sal já controlou 21.834 aeronaves, uma quebra de 59% face aos mesmos 11 meses de 2019.

A localização estratégica da FIR do Sal coloca-a “na encruzilhada dos maiores fluxos de tráfego aéreo entre Europa e a América do Sul e entre a África Ocidental e a América do Norte e Central e as Caraíbas”, explicou anteriormente a ASA.

O pico histórico mensal do movimento na FIR Oceânica do Sal registou-se em Julho de 2019, com um total de 5.424 aeronaves controladas, equivalente a 175 sobrevoos diários.

O Centro de Controlo Oceânico do Sal funciona no Aeroporto Internacional Amílcar Cabral, na ilha do Sal, tendo sido inaugurado em 24 de Junho de 2004.

A FIR Oceânica do Sal controlou 58.345 movimentos de aeronaves em 2019, o maior número de sempre e um crescimento de 12,9% face ao ano anterior, segundo dados anteriores da ASA.

Das principais operadoras a sobrevoar o espaço aéreo de Cabo Verde a companhia portuguesa TAP destacou-se, segundo a ASA, ao chegar a uma quota de 17,7%, correspondente a 10.304 voos em 2019, um aumento de 4,5% face ao ano anterior.

Com Lusa

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