A transformação de Deus não está limitada ao mundo como um todo, mas ao poder d'Ele de mudar corações, de transformar vidas, uma de cada vez. Somos chamados não para mudar o mundo, mas para sermos usados por Deus na mudança de quem está ao nosso redor. Que possamos viver com a sabedoria de quem sabe que o tempo é precioso e que, com Ele, podemos ser instrumentos de mudança e transformação, trazendo luz àqueles que ainda caminham nas trevas.
O mundo, como um todo, nunca poderá ser mudado. Isso é um fato incontestável. O curso da humanidade, com suas falhas, limitações e tendências autodestrutivas, está imerso em uma dinâmica que parece imutável. Contudo, dentro dessa constatação, há um espaço para uma reflexão mais profunda: enquanto o mundo em sua totalidade pode parecer imutável, nós, enquanto indivíduos, temos a possibilidade de ser transformados por algo maior que transcende as circunstâncias terrenas.
A transformação que Deus oferece não é um simples ajuste de comportamento ou uma mudança superficial de atitudes. Ela é uma mudança radical e interior, que reverbera em cada ação, palavra e pensamento. Muitos, ao longo da história, sentiram o chamado para essa transformação. E dentro deste grande plano divino, surge uma questão crucial: “E se de alguns destes, fui eu o escolhido por Deus, para ser Seu instrumento, para conduzi-los até Cristo?”
Este questionamento nos leva a refletir sobre o quanto estamos atentos ao nosso chamado. Em meio ao turbilhão da vida cotidiana, onde somos constantemente puxados para os nossos próprios interesses, é fácil nos perdermos em distrações que, embora possam parecer relevantes no momento, são efêmeras e sem valor eterno. O que, de fato, estamos buscando? O que estamos priorizando?
Vivemos em uma sociedade que muitas vezes valoriza o imediato e o prazer momentâneo, como o entretenimento, as conquistas pessoais e as distrações diárias. No entanto, essas coisas, por mais prazerosas que possam ser, são temporárias e não são capazes de suprir a verdadeira necessidade humana: o relacionamento com Deus e o cuidado com o próximo. Quanto tempo passamos buscando algo que não preenche nossa alma? Quanto tempo desperdiçamos com futilidades enquanto ao nosso redor há uma realidade de sofrimento e angústia, onde tantas vidas clamam por uma palavra de consolo, uma ação de amor, um gesto de ajuda?
A carta de Paulo aos Efésios nos alerta: “Remindo o tempo, porque os dias são maus” (Ef 5.16). Este versículo nos convida a refletir sobre a brevidade do tempo e a urgência de vivermos de acordo com a vontade de Deus, aproveitando cada momento não para o nosso prazer egoísta, mas para cumprir o propósito divino em nossas vidas. O tempo é um presente que nos foi dado, e como o utilizamos tem implicações eternas. Estamos, como cristãos, fazendo o melhor uso desse tempo, dedicando-nos a servir, a amar e a transformar vidas?
Desenvolver o chamado de Deus em nossas vidas significa, acima de tudo, uma mudança de foco. Deixar de lado os interesses mesquinhos, os passatempos que nos distanciam do essencial, e olhar para a vida com os olhos de Cristo. Isso exige disciplina, oração e ação. Exige coragem para sair da zona de conforto e enfrentar os desafios que surgem ao tentar ser um instrumento de Deus neste mundo caótico e imperfeito.
Por isso, ao refletirmos sobre o tempo que temos, sobre os dias que são maus, devemos nos perguntar: “estou remindo o meu tempo?” Estou aproveitando cada oportunidade para viver de acordo com o chamado divino e ser um canal de transformação na vida de outros? Ou estou apenas vivendo como qualquer outra pessoa, sem perceber a grandeza da missão que me foi confiada?
A transformação de Deus não está limitada ao mundo como um todo, mas ao poder d'Ele de mudar corações, de transformar vidas, uma de cada vez. Somos chamados não para mudar o mundo, mas para sermos usados por Deus na mudança de quem está ao nosso redor. Que possamos viver com a sabedoria de quem sabe que o tempo é precioso e que, com Ele, podemos ser instrumentos de mudança e transformação, trazendo luz àqueles que ainda caminham nas trevas.
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