Detido suspeito de homicídio de Eliane na ilha do Sal
Sociedade

Detido suspeito de homicídio de Eliane na ilha do Sal

A Polícia Judiciária anunciou hoje que o suspeito do homicídio da pequena Eliane, de apenas 13 anos, no Sal, que chocou o país há quase 15 dias, foi detido e vai aguardar em prisão preventiva.

“A Polícia Judiciária aproveita para tranquilizar a população da ilha do Sal e do país em geral, ao mesmo tempo que reafirma a sua inteira e total disponibilidade a dar combate aos crimes que a lei lhe confere competência para investigar, informando ainda que tudo será feito com vista ao cabal esclarecimento deste caso”, lê-se num comunicado divulgado hoje por aquela força de investigação policial.

De acordo com o mesmo comunicado, a detenção do suspeito, de 29 anos, na cidade de Santa Maria, foi concretizada no domingo por elementos do Departamento de Investigação Criminal do Sal, com o envolvimento direto da Direção Central de Investigação Criminal, sendo suspeito da “prática de um crime de homicídio, na sua forma agravada”.

Foi presente a tribunal na segunda-feira, que ordenou a sua prisão preventiva, segundo a Polícia Judiciária.

Uma menor, que completou 13 anos em 09 de dezembro passado, foi encontrada morta no dia seguinte, na ilha do Sal, ainda por motivos desconhecidos, num caso que está a chocar a sociedade cabo-verdiana, estando também a circular informações que terá sido violada antes de supostamente ser assassinada.

Segundo a Polícia Judiciária, a menor, residente na localidade de Palha Verde, Santa Maria, “saiu de casa logo pela manhã do dia 09 de dezembro” para assistir a uma aula na Escola Secundária local, “o que não chegou a acontecer”.

“Mais tarde viria a ser encontrada morta nas proximidades do emblemático e ponto turístico Monte Leão”, explica o mesmo comunicado.

“Ora, não obstante a forte pressão social para se conhecer os meandros do presente caso, a Polícia Judiciária não poderá, nesta fase, avançar muito mais detalhes sobre a investigação, não só porque é o Ministério Público o titular do processo, como também para não comprometer algumas diligências que ainda se encontram em curso”, lê-se ainda no comunicado.

Refere ainda a Polícia Judiciária que o “processo já se encontra em avançado estado de investigação, pelo que os meandros do crime serão dados a conhecer ao público no momento apropriado”, encontrando-se ainda “sob segredo de justiça”.

“O desfecho favorável da investigação preliminar só foi possível graças ao engajamento do pessoal especializado de investigação criminal e de especialistas do Laboratório da Polícia Científica, destacados pela Direção Nacional da Polícia Judiciária para apoiarem o Departamento da Investigação Criminal do Sal nas investigações, bem como a colaboração da Polícia Nacional, mais concretamente da Esquadra Policial de Santa Maria. A utilização de meios avançados de investigação criminal pelos técnicos acima referidos não deu quaisquer hipóteses ao suspeito, que, notificado para comparecer à Polícia Judiciária (as investigações levadas a cabo faziam impender sobre ele fortes suspeitas), acabou por se entregar”, lê-se ainda.

O primeiro-ministro de Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva, garantiu em 10 de dezembro que a justiça será feita à morte “trágica” de uma criança na ilha do Sal, em circunstâncias ainda por apurar.

“O Governo tudo fará para que a justiça seja feita, assim como está neste momento a prestar toda a solidariedade e apoio à família da pequena Eliane, vítima de um crime bárbaro”, escreveu o chefe do Governo, na sua página no Facebook.

“Estamos todos solidários e tristes com o desfecho trágico deste caso. Ninguém pode ficar indiferente a crimes desta natureza que serão duramente punidos. As autoridades estão a atuar neste sentido”, prosseguiu.

A imprensa cabo-verdiana escreveu anteriormente que a criança desapareceu na quinta-feira no caminho entre a escola e a sua residência, tendo sido dada como desaparecida durante a tarde do mesmo dia, e o corpo foi encontrado durante a manhã por um popular na zona de Monte Leão.

O ministro da Educação de Cabo Verde, Amadeu Cruz, mostrou-se “chocado” com a morte da aluna e deslocou-se à ilha do Sal prestar solidariedade do Governo e pessoal à família e à comunidade educativa do Sal.

“Este é um momento chocante, que me deixa sem reação racional”, escreveu o ministro, descrevendo a notícia como “indescritível”.

“Estou ainda sem palavras, para descrever o meu estado de alma”, deu conta o governante.

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