JpD do Futuro
Ponto de Vista

JpD do Futuro

 Nos últimos dias, e provavelmente nos próximos, o tema das juventudes partidárias estará na ordem do dia, graças às eleições que se avizinham nessas estruturas.

Como alguém com responsabilidades na organização, permitam-me contribuir para um debate mais profundo. Alguns críticos e defensores têm-se posicionado com base no "achismo" e no amiguismo, numa tentativa vã de mostrar serviço - isso já não dá frutos. É como tentar plantar bananeiras no deserto. 

Recapitulando a história da JpD: fundada em 1994, a sua primeira convenção aconteceu em 1996. Nos seus estatutos originais, a JpD tinha poderes significativos e era um órgão do partido. Essa realidade manteve-se até 2013, quando a JpD foi "reestruturada". Passou a ter um novo estatuto, deixou de ser um órgão do partido e tornou-se uma associação política juvenil por excelência.

Os estatutos da JpD exigem um mínimo de 50 delegados nas Assembleias Concelhias e 100 na Assembleia Geral. Mas, na prática, isso pouco acontece. E depois? Nunca mais se ouviu falar dela. Defendo um novo recenseamento e regras de funcionamento sãos, portanto, essenciais para termos um jota ativa e pujante, que não seja apenas um trampolim para cargos partidários. Sendo assim, torna-se necessário desenhar a JpD do futuro que queremos.

 Hoje, é evidente que este processo precisa ser concluído. E como? Com um novo recenseamento dos associados, critérios claros de adesão e uma quota obrigatória, mesmo que simbólica, de 100 escudos por ano. Não é pelo valor monetário, mas porque reforça o vínculo com a organização. Além disso, permite saber quantos somos, para onde vamos e com quem contamos. Afinal, não queremos uma JpD que funcione como um clube de amigos invisíveis. 

A JpD. enquanto estrutura juvenil por excelência, deve desencadear novas abordagens, estar presente nos espaços -  falo dos liceus e universidades, lá se encontra a massa em foco, os jovens e adolescentes, abordando-lhes sobre os valores da liberdade, da democracia, a cidadania e a importância da participação política. Só para terem uma noção, quando ingressei na JpD na altura estava no liceu, igual a mim existem milhares de jovens e adolescentes que podem identificar perfeitamente os valores que defendemos, sendo assim, falta ir buscar esses jovens.   

Para além dos órgãos sociais, Assembleia Geral; o Conselho Diretivo; e o Conselho Fiscal, penso ser a altura da criação do quarto órgão, o Conselho Nacional das Coordenações Concelhias, com competência deliberativa e consultiva, reunindo as estruturas concelhias de base e o Conselho Nacional. Enquanto coordenador concelhio da JpD em Ribeira Grande de Santiago, penso que a partir do momento em que temos esse órgão constituído, permitirá maior conectividade e melhor desempenho da Jota como um todo, definindo estratégias e estabelecendo prioridades, focando numa liderança horizontal.

Agora que os estatutos do MpD voltaram a dar assento aos membros da JpD (mesmo que em desconformidade com os estatutos da própria jota), é urgente agir. Caso contrário, a JpD tornar-se-á numa organização de um homem só, irrelevante no panorama político nacional. E ninguém quer isso... ou quer? Atualmente, precisamos de mais debates, conferências, formação política, entusiasmo e mais membros. Não deixar que as iniciativas surjam só nas campanhas, com plateias compostas por ativistas que mal sabem por que estão ali. É preciso desenvolver o paradigma. Urgentemente.

 

Elvis Junior Rodrigues,

Coordenador da JpD Ribeira Grande de Santiago

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