Presidente da República pede revisão de políticas de urbanismo e saneamento após tempestade
Política

Presidente da República pede revisão de políticas de urbanismo e saneamento após tempestade

O Presidente da República defendeu hoje uma coordenação entre a sociedade civil e a diáspora para reforçar apoios às populações em São Vicente, após tempestade que provocou nove mortos, pedindo também a revisão das políticas de habitação, urbanismo e saneamento.

"Foi criado, e muito bem, pelo Governo, um gabinete de crise, que tem coordenado os trabalhos iniciais. É fundamental, todavia, melhorar os mecanismos de coordenação com a sociedade civil e as organizações da diáspora, para aumentar a capacidade de mobilização de meios e garantir uma melhor resposta às pessoas e às comunidades", escreveu José Maria Neves na sua página oficial do Facebook.

O chefe de Estado sublinhou ainda a necessidade de melhorar a comunicação pública, para que todos tenham acesso às principais ações em curso e possam participar de forma mais ativa, canalizando os apoios.

"Há muita gente, no país e na diáspora, a querer saber como fazer chegar a ajuda à ilha. Um manual, com todos os dados sobre o que é necessário e os pontos de entrega, seria muito útil. A aplicação dos recursos mobilizados deve ser objeto de um relatório mensal, para que todos saibam, com transparência, como estão a ser utilizados", acrescentou.

José Maria Neves considerou ser "tempo de união" e defendeu que é preciso concentrar esforços "no alívio do sofrimento das pessoas, tomando medidas de urgência".

A médio prazo, disse, será necessário avaliar as políticas públicas, "nomeadamente nos domínios da descentralização, do planeamento e desenvolvimento urbano, da gestão de solos, da habitação, do saneamento básico e da drenagem das águas pluviais".

O Presidente destacou ainda que Governo, municípios, igrejas, partidos políticos, sindicatos e empresas, no país e na diáspora, têm-se mobilizado para apoiar as famílias atingidas, garantir serviços básicos e preparar a reconstrução.

"Os parceiros internacionais e países amigos têm enviado mensagens de solidariedade e apoiado na resolução dos problemas, bem como na criação de condições para uma maior resiliência das nossas cidades face aos efeitos extremos da natureza", concluiu.

As cheias de segunda-feira provocaram nove mortos em São Vicente e deixaram uma mulher desaparecida, destruindo casas, estradas e pontes, inundando bairros e condicionando também o abastecimento de energia.

O Governo cabo-verdiano declarou situação de calamidade por seis meses em São Vicente, Porto Novo (Santo Antão) e nos dois concelhos de São Nicolau, igualmente afetados.

Países como Timor-Leste, Guiné-Bissau, Portugal e São Tomé e Príncipe já manifestaram solidariedade para com Cabo Verde.

Foto: Presidência da República

 

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