O PAICV exigiu hoje explicações do Governo se o país já iniciou o processo de integração a um pacto militar da NATO sem discussão interna ou ouvir as posições dos partidos políticos.
Segundo o presidente do PAICV, Rui Semedo, em conferência de imprensa, na cidade da Praia, o partido apenas teve conhecimento da decisão quando o primeiro-ministro de Portugal, Luís Montenegro, revelou a notícia enquanto decorre uma visita oficial do primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva.
Nesta senda, explicou Rui Semedo, a oposição enviou hoje uma carta ao primeiro-ministro "manifestando estranheza" e solicitando assim informações sobre um possível acordo de integração na Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO, na sigla inglesa).
“Essa coincidência leva a acreditar que o anúncio terá sido feito com a devida articulação e concertação entre os chefes dos executivos dos respectivos países”, enfatizou, recordando que Cabo Verde é um Estado de direito democrático que rege pelo primado das leis.
Para o PAICV, o interesse agora é confirmar se iniciou um processo de integração de Cabo Verde a um pacto militar sem uma discussão interna com a sociedade e os actores políticos e sem uma informação abrangente e profunda.
Rui Semedo asseverou ainda que deve se ter em consideração que a Constituição da República de Cabo Verde, no seu artigo 11º, número quatro, fixa que “O Estado de Cabo Verde recusa a instalação de bases militares estrangeiras no seu território”.
“O primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, deve-nos assim uma explicação clara sobre o que estará a ser negociado com entidades estrangeiras em matéria de soberania sem o conhecimento dos cabo-verdianos”, reclamou.
O PAICV disse aguardar que a situação seja “devida e cabalmente" esclarecida aos cabo-verdianos, ciente dos valores da “soberania, paz e boa vizinhança”.
Em declaração juntamente com o secretário-geral da NATO, Mark Rutte, em Lisboa, o primeiro-ministro português, Luís Montenegro, reiterou a importância que para Portugal reveste a “aliança, a unidade e a preservação dos valores fundamentais” que juntaram os países europeus com os do norte da América numa perspetiva de defesa da segurança, da integridade e soberania.
Segundo Luís Montenegro, tem sido feito o acompanhamento do apoio técnico e financeiro na área da defesa a países como a Mauritânia, estando simultaneamente empenhados noutras missões e na aproximação a países como Cabo Verde e São Tomé e Príncipe.
Comentários
Casimiro centeio, 29 de Jan de 2025
É muito perigoso confiar a um vilão a vara do Poder.
Ulisses é um boneco manipulável pelos poderosos. Muito complexado. Não sabe estar -se diante dos que considera "seus superiores" ! Não tem o autodomínio.
Precisa, permanentemente, de puxões de orelhas pelo Presidente da República.
O aviso aos navegantes está lançado !!!!
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Manuel Miranda, 29 de Jan de 2025
Cabo Verde não é preciso de entrar ou fazer parte da NATO, uma vez que não existe quaisquer tipo de ameaças sobre o país , isto é, invasão ou guerra. Fazer de coitadinho para acomodar ao lado dessas potências da guerrilha, é simplesmente a instalação da base militar que eles querem montar nesse arquipélago e nada mais . Por favor os responsáveis políticos pensam duas vezes antes da assinatura .
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