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Alexandre Scultori Silva falava à imprensa após a entrega das cartas credenciais ao Presidente da República, José Maria Neves, firmando o compromisso em desenvolver as relações comerciais entre os dois países para, de entre vários projectos, a conformação de um parque tecnológico.

“Nós temos lacunas nessa ligação marítima, não só marítima aérea também, entre os dois países, mas, no caso da marítima, é a que, digamos, importaria mais no volume de comércio”, esclareceu, pontuando que um dos desafios vai ser dar continuidade aos temas estruturantes da relação bilateral.

Segundo o diplomata, são vários os pilares que vêm sendo desenvolvidos há décadas no domínio técnico e humanitário, no sector da educação, com a mobilidade de estudantes cabo-verdianos para o Brasil, no domínio da defesa e da divulgação da cultura brasileira.

A Embaixada do Brasil, elucidou, buscará fomentar o diálogo entre os dois países a nível do sector privado e empresarial com o apoio do Governo, com intuito de alcançar uma solução logística e viável para o comércio no sector marítimo que "está muito aquém do seu potencial".

“É claro que quando eu digo essa relação do Brasil com o Cabo Verde, e é isso que vai ser destacado ao sector privado brasileiro, é que não é só visando o mercado cabo-verdiano local, que conta também com uma demanda do sector turístico, mas fazendo uso dos trunfos geopolíticos do país”, explicou, referindo localização geográfica do arquipélago.

Alexandre Scultori Silva apontou ainda os acordos comerciais feitas por Cabo Verde que dão acesso preferencial aos países da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDAO), aos mercados da União Europeia pelo SGP Plus e também ao mercado norte-americano pela Lei do Crescimento e Oportunidades para África (Agoa).

Além de pensar nas potencialidades do mercado nacional, o reforço bilateral prevê usar o arquipélago como uma plataforma ou de processamento de produtos ou de distribuição.

Sobre a ligação aérea Sal-Fortaleza, disse que a Embaixada do Brasil tem acompanhado de perto o dossiê por ser “muito importante” para o trânsito de estudantes, de negócios e agentes do Governo.

Alexandre Henrique Scultori de Azevedo Silva, natural de Niterói, Rio de Janeiro, ingressou na carreira diplomática em 1994 e desempenhou a função de ministro conselheiro da Embaixada do Brasil em Cabo Verde.

Formado em direito pelo Centro de Ensino Unificado de Brasília, actuou em representações do Brasil em Bruxelas (Bélgica), Estocolmo (Suécia) e Amsterdão (Países Baixos).

A indicação do diplomata para o cargo de embaixador do Brasil em Cabo Verde foi aprovada por unanimidade pela Comissão de Relações Exteriores (CRE).