Carlos Alberto Silva. Conseguimos muitos ganhos sobretudo em sectores-chave
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Carlos Alberto Silva. Conseguimos muitos ganhos sobretudo em sectores-chave

O presidente da Câmara Municipal de Santa Cruz, Carlos Alberto Silva, considerou que nestes dois anos de governação local a sua equipa conseguiu ter “muitos ganhos”, sobretudo nos “sectores-chave” como a economia, ambiente, saneamento e infra-estruturas.

O balanço dos primeiros dois anos do mandato que se assinala a 30 deste mês, segundo o edil, é muito “positivo”, considerando que no primeiro ano debruçou-se na reestruturação da câmara, mobilização de parcerias e financiamentos e realização de muitas obras nos domínios do saneamento básico, ambiente, saúde educação, cultura, desporto, requalificação urbana.

Segundo Carlos Alberto Silva, um dos primeiros parceiros que a sua autarquia mobilizou foi o Governo, desde o primeiro dia da tomada de posse enquanto autarca, tendo socializado junto com o Governo as principias prioridades para o desenvolvimento de Santa Cruz. O Executivo, disse, também acabou por alinhar com os projectos e propostas apresentados.

Nesse quesito já se realizou a obra de ampliação do cemitério, a mobilização de parceria do Governo e financiamento para reabilitação da primeira Igreja matriz de Santiago Maior em Achada de Igreja, principalmente perspectivando a “promoção do turismo religioso e cultural”.

Ainda, segundo o edil, a intenção é requalificar todo o bairro de Achada Igreja, com justificativa da existência de “potencialidades enormes”.

Ainda ligado ao saneamento e ambiente, segundo o presidente camarário, já fizeram a aquisição de um camião de lixo que era um desafio, conseguiram mobilizar recursos para construção de um viveiro municipal, conforme o objectivo desta câmara de tornar Pedra Badejo numa cidade verde com o programa “cada família uma planta”.

A autarquia santa-cruzense, avançou, conseguiu igualmente no domínio do ambiente implementar o programa “pintar a nossa casa” que conta com a adesão de mais de 100 famílias, tornando as suas casas mais coloridas.

Em relação à “segurança urbana”, salientou que a autarquia criou um programa denominado “Operação Santa Cruz Segura”, em parceria com a polícia e operação da Inspecção Geral das Actividades Económicas (IGAE) e, no mesmo âmbito, instalou-se o terminal de hiace, em parceria com a associação dos condutores.

Acrescentou ainda que criaram um programa denominado “Transformar Pedra Badejo numa cidade limpa, bonita e segura e atractiva”, com a requalificação urbana, que é muito ambicioso, onde pretendem mudar as principais fachadas e com asfaltagem das principais ruas da cidade.

Em relação às obras, o autarca considerou que estão “muito bem” e com “avaliação positiva” na medida em que vão investir, com financiamento já garantido, um valor aproximado de 500 mil contos só em obras de requalificação, asfalto e construções.

A nível do desporto, o edil afirmou ter elegido o ano 2018 como ano do desporto em Santa Cruz, em termos de infra-estruturas, com a melhoria das bancadas e balneário do estádio, cuja conclusão prevê-se para o final do ano em curso. Trata-se, segundo o mesmo, de uma reivindicação antiga dos munícipes, com investimento à volta dos 50 mil contos, a reabilitação da “maior e mais moderna placa desportiva do país”.

A nível da cultura salientou ter conseguido realizar várias acções na preservação, promoção e divulgação da cultura local, mas também assinaram um protocolo de cooperação com o Ministério da Cultura que contempla, além de alguns projectos como sinais de rádio bote Santa Cruz, também a reabilitação de ex-cineteatro.

Em relação à agro-pecuária, a edilidade considera “satisfatória”, estando incluída numa agenda económica que considera “interessante” e que passa pelo desenvolvimento do sector de agro-negócio, principalmente com a construção de várias estradas de penetração às localidades mais remotas para escoamento de produtos. Segundo diz, Santa Cruz, nesse domínio, pode ficar o município “mais bem beneficiado” quando tudo se efectivar.

“A nossa intenção é apostar na triplicação da capacidade de produção agro-pecuária de Santa Cruz, mas é claro que isto também exige a sua comercialização porque não é só produzir em quantidade e não ter como escoar para a sua comercialização, é preciso a construção das estradas para que isso aconteça”, sustentou.

Reafirmou que, nesse quesito, as condições já estão sendo criadas e estão a trabalhar na construção da primeira central de compras para responder às demandas de comercialização do produto, visto que, no concelho, existem pequenos proprietários, mas que a comercialização acontece de forma “desorganizada” e que por isso urge essa organização para poder abastecer os grandes mercados, como os do Sal, da Boa Vista e da Praia.

Com as condições de produção agro-pecuária existentes no concelho, considerou, a criação das infra-estruturas para o seu escoamento é “fundamental” e que por isso o porto de Santiago é uma das grandes obras em perspectiva e que deve entrar na agenda para os dois próximos anos.

Em relação à pesca, o representante máximo desta câmara revelou que vem apostando muito na formação e apoios, visto que, em termos de atribuição, as câmaras municipais não têm nada a nível do sector da pesca, de modo que todos os projectos devem ser materializados em parceria com o Governo.

Além da agricultura e pesca, o edil local apresentou o fundo de apoio ao desenvolvimento de actividade geradora de rendimento, que é mais abrangente, destinado a outros negócios como um projecto facilitador na aquisição de créditos para pequenos negócios.

Salientou que a Câmara Municipal de Santa Cruz pode considerar que a área social, sobretudo a política de “empoderamento das famílias”, é um dos “maiores ganhos” conseguidos, exemplificando que na saúde, anteriormente, a câmara gastava, em média, 200 mil escudos com pessoas que não podiam comprar os medicamentos, mas que hoje resgataram o programa, que já existia, “mutualidade e saúde”, e o levaram para a autarquia, como “promoção social”, deixando as pessoas de se deslocar à câmara à procura de financiamento.

Reforçou que o que se pretende e que estão a trabalhar é no sentido de empoderar as famílias, dando-lhes mais possibilidade e auto sustento, mas que ainda estão a criar alguns programas de apoio para subsidiar, com créditos os projectos das famílias mais vulneráveis.

Com este projecto, na primeira fase, a câmara já subsidiou 100 mulheres com empréstimo, sem juros onde todas já liquidaram os seus montantes e, para a segunda fase, já com a Organização das Mulheres de Cabo Verde (OMCV) poderão requisitar o empréstimo no valor desejado, acrescentado de juros.

Em relação à “habitação social”, segundo o presidente, a câmara vem subsidiando os munícipes necessitados com apoios para a construção e ou reabilitação das suas moradias, mas apoios às pessoas com algumas condições pré-adquiridas, exemplificando que “se a pessoa quer colocar o betão e já tem areia, a câmara subsidiará com cimento ou ferro”.

Por último, a nível da taxa de desemprego jovem, segundo o edil, o último dado estatístico sobre Santa Cruz indica que “houve uma redução por volta de 15 por cento (%).

A mesma fonte considerou ainda que a maior obra que estão a construir não é betão armado, asfalto, calcetas ou cemitério, mas sim a “auto-estima” do povo e “mudança de mentalidade”, “obras intangíveis que não se vê”, o que já vem tendo resultado visíveis, inclusive “confirmado pelos resultados do INE”.

O presidente da Câmara Municipal de Santa Cruz perspectiva de “muito bom” e “bastante animador” os dois últimos anos de mandato, objectivando para breve a conclusão das obras de requalificação urbana na totalidade, materialização do projecto de central de compra, término das estradas de penetração às localidades remotas, a realização do dossiê Justino Lopes, “apesar de ser da competência do Governo”, o parque industrial, o 2º porto de Santiago e linha de crédito para operadores locais.

Reafirmou que a ambição da actual equipa camarária, neste mandato, é fazer a “sementeira” com “compromisso” de forma a não condicionar o “futuro” do concelho, mais sim uma “verdadeira sementeira” possibilitando uma “colheita de qualidade” e “sucesso no futuro”.

A equipa liderada por Carlos Alberto Silva, apoiada pelo Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), tomou posse a 30 de Setembro de 2016, para quatro anos de mandato à frente da Câmara Municipal de Santa Cruz.

Com Inforpress

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