Ponto de Vista

Curioso! UCS… na campanha da sua reeleição ele usou uma artimanha política: o Avião da “Cabo. Verde Airlines” que estava sabe se lá onde, alguns dias antes do pleito, cruzava os céus do país das Ilhas para aterrar no aeroporto da Praia com toda pompa e circunstância. Naquele momento o desespero falou mais alto. O PAICV, como agora, havia ganho as eleições na Praia e o Partido do Governo precisava de um “antídoto” para conter a derrocada.

Então num “passe de mágica” voando no céu azul, as cores da CVA iluminavam o céu da capital e dava ânimo à combalida campanha ventoinha. Pena que a Deputada JHA não soube tirar proveito do momento, não soube unir o Partido, ao contrário, fragmentou o mesmo deixando alijado da disputa importantes e tradicionais figuras políticas locais.

Num país onde o voto é voluntário, saindo da pandemia do COVID, os que se sentiram preteridos na disputa fizeram o óbvio juntamente com seus seguidores: ficaram na casa! UCS teve sua vitória consumada, mas não da maneira esmagadora que foi. E comparada com as eleições municipais o número de votos do PAICV caiu muito.

Vale destacar que até Presidente de Câmara do PAICV não foi leal à Candidatura Partidária, saindo com um “O Governo tem sido bom para o meu município então não posso fazer campanha contra ele!” Ninguém pediu que fizesse. Bastava apenas falar o óbvio: a vida dos Cabo-Verdianos havia melhorado tanto quanto “a vida dos primos” que compunham o Primeiro mandato de UCS?

Bastava lembrar como o leite, de um dia para o outro, saiu de 59$00 ECV por litro para 85$00 ECV (hoje já vai a mais de 120$00 ECV!) Mas omitir de falar a verdade era e é prejuízo para os mesmos munícipes que ele tão zelosamente, diuturnamente se dedica.

Aliás, é nessa política do “esfrega minha costa que esfrego a sua” que o MPD tem se estabelecido, confiando que a fidelidade partidária não é tão consistente como a torcida pelo Porto, Benfica ou Sporting. Por isso, investe na divisão e fragmentação do adversário. Mas dessa vez não deu e nem dará certo.

Primeiro que o Presidente da CMSF Nuias Silva não é e nunca será fácil de ser cooptado em troca “de algumas obras em prol do seu município.” Nuias Silva é “amarelo” até na alma e será um Oficial leal do PAICV nas eleições que se avultam para o próximo ano. Ele não vai ficar em casa. Não vai ficar calado. Ele sabe que o bem de Cabo Verde é mais importante que seus sentimentos pessoais. Sem contar que o próprio Nuias Silva, sendo quadro competente e experiente do PAICV, fará parte de um Governo liderado pelo Partido em qualquer função que desejar.

Diferente dos Presidentes de Câmara que quando perdem eleição são acomodados no “núcleo do governo do MPD” usufruindo do dinheiro “que nunca mais acaba”, Nuias é um vencedor, não precisa de caridade de ninguém. Seu caráter fala por si e sua elevada conduta de um político ilibado continuará a ser fiel às suas convicções em prol de um outro Cabo Verde que é a visão que o mesmo irá defender no Congresso que se aproxima (como se diz na Praia: “Para todos!” e como costumo dizer “não somente para os primos!”).

O que esse relato tem a ver com a “A Greve dos Pilotos: a importância dos TACV na política em Cabo Verde”?  

Tudo!

O MPD já não consegue manipular a todos, a usurpar do erário público visando uma perpetuação no poder.

Não conseguirá coaptar o PAICV dissimulando intrigas e divisões. A contagem regressiva dos dias desse (des)governo já iniciou. Um novo tempo se inicia. E que traga realmente benefícios não somente aos dignos pilotos dos TACV, mas a “todos os passageiros”, a todos nós Cabo-Verdianos. Os “primos” inclusive, mas não exclusivamente!