Desde o processo de privatização, ruinoso para o Estado, que não ganhou nada com o negócio e ainda ficou com os prejuízos, até às mirabolantes promessas de Olavo Correia, que nos fariam pensar que iriam chover aviões sobre Cabo Verde e, eventualmente, fazer da TACV a melhor empresa africana, na linha do melhor ministro das Finanças de África, ou mesmo do mundo, a verdade é que o engodo ilusionista já não convence muita gente e o olhar dos cabo-verdianos e das cabo-verdianas é de apreensão sempre que alguém, mesmo acreditando no que diz, vem dizer ao país que agora é que é.
Não pondo em dúvida que o presidente terá agido de boa fé, a verdade é que, tratando-se ele de uma figura com grande experiência política (o mesmo se aplicando ao chefe da Casa Civil da Presidência da República), há setores defendendo que, nesta matéria, manifestou uma grande ingenuidade, colocando-se vulnerável à urdidura cirurgicamente montada. Mas, analisando por outro ângulo, é natural que assim tenha agido. Afinal, tratava-se do primeiro ministro e do ministro das Finanças, quem de boa fé poderia pôr em causa a integridade de dois eminentes membros do governo? Por outro...
O vice-primeiro ministro e ministro das Finanças acaba de publicar uma “nota técnica sobre o funcionamento do Banco do Tesouro”, aonde instituições públicas do Estado recorrem para efectuar pagamentos. Segundo Olavo Correia, “a𝐬 𝐞𝐧𝐭𝐢𝐝𝐚𝐝𝐞𝐬 𝐝𝐞𝐭𝐞𝐧𝐭𝐨𝐫𝐚𝐬 𝐝𝐞 𝐮𝐦𝐚 𝐜𝐨𝐧𝐭𝐚 𝐚𝐛𝐞𝐫𝐭𝐚 𝐧𝐨 𝐁𝐚𝐧𝐜𝐨 𝐝𝐨 𝐓𝐞𝐬𝐨𝐮𝐫𝐨 (ndr, como a Presidência da República) 𝐬ã𝐨 𝐚𝐬 ú𝐧𝐢𝐜𝐚𝐬 𝐫𝐞𝐬𝐩𝐨𝐧𝐬á𝐯𝐞𝐢𝐬...
Isto não é como a treta do “melhor ministro das Finanças de África” ou da confusão (propositada e desonesta!) entre empreendedorismo e necessidade de sobrevivência das pessoas, ou do “há dinheiro que nunca mais acaba”. Isto é o mundo real, Olavo! Por muito que custe e veja ainda mais longe a possibilidade de o seu chefe vir a ser candidato a presidente da República, e o Olavo das tretas primeiro-ministro. É a realidade ultrapassando a ficção.
A Ulisses e à direção do MPD interessava que, em 2026, o presidente fosse José Maria Neves, criando-se, entretanto, um plano para torpedear o seu percurso e afastá-lo da presidência. Nesse sentido, as irregularidades verificadas em alguns pagamentos da presidência, pese embora terem sido avalizadas pelo Tesouro (sob a responsabilidade do ministro das Finanças), vieram mesmo a calhar. Resta saber qual o papel da dupla Ulisses/Olavo numa eventual urdidura… certamente, uma dúvida que poderá ser esclarecida nos próximos dias.
O julgamento do antigo ministro das Finanças moçambicano Manuel Chang sobre o seu papel no caso das dívidas ocultas de Moçambique começa hoje, em Nova Iorque, nos Estados Unidos, avançou a agência de notícias Bloomberg.
O vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças, Olavo Correia, quer que o Fundo Soberano de Garantia ao Investimento Privado ajude as empresas cabo-verdianas a acederem ao mercado financeiro internacional, quer do plano regional como do mundial.