Governo prepara plano para emergências de saúde pública
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Governo prepara plano para emergências de saúde pública

O Governo está a preparar um Plano de Resposta a Emergências de Saúde Pública, com o apoio do Banco Mundial (BM) e que envolve autoridades de saúde e sociedade civil.

“Esta iniciativa visa fortalecer a preparação para emergências em regiões vulneráveis”, como aconteceu durante a pandemia de covid-19, concebendo um plano “alinhado com as normas da Organização Mundial de Saúde (OMS)”, descreveu na abertura de concurso para uma consultoria internacional que visa desenvolver o projeto.

Para já, o trabalho consiste em “avaliar os riscos de saúde pública (…) comparando-os com normas globais” e preparar “‘workshops’, simulações e formações para testar e aperfeiçoar o plano”, indica o resumo consultado hoje pela Lusa.

Cabo Verde passou por uma avaliação externa às capacidades fundamentais do Regulamento Sanitário Internacional em 2005 e 2019, reconhecendo a necessidade de ter “um plano robusto de emergência, preparação e resposta a vários riscos para prevenir surtos, detetar precocemente emergências e responder rapidamente”, acrescentou.

O plano enquadra também outras vulnerabilidades de Cabo Verde, como o aumento da frequência de cheias e secas, com perdas na agricultura e ameaças à biodiversidade, a expansão de vetores de doenças (como os mosquitos) e a mobilidade de pessoas e bens entre países onde ocorrem surtos recorrentes.

Os riscos sinalizados “exigem que o país tenha um plano de preparação e resposta contra vários riscos para mitigar o impacto dos eventos de saúde”, tanto a nível social, como económico, conclui.

Cabo Verde enfrenta atualmente uma epidemia de dengue.

No início de outubro, o Governo declarou situação de contingência em todo o país durante dois meses, devido ao risco de aumento de casos, na época das chuvas.

A temporada de precipitação já terminou e as autoridades esperam que já tenha sido atingido o pico de casos da doença.

Um ano após o primeiro caso, Cabo Verde soma 13.700 casos acumulados de dengue e quatro óbitos.

O economista cabo-verdiano António Baptista disse à Lusa, há um mês, que a epidemia de dengue está a afetar financeiramente as famílias vulneráveis e que trabalham no setor informal, sugerindo que o Estado crie mecanismos para apoiá-las.

O surto mais grave de dengue em Cabo Verde foi registado em 2009, com 21.000 casos e seis óbitos, todos na ilha de Santiago.

A dengue é uma doença curável, mas que requer atenção médica.

Febre, dor de cabeça, dores musculares e nas articulações, a par de inflamações na pele, fazem parte dos sintomas da infeção que, nos casos mais graves, pode evoluir para dengue hemorrágica e, no limite, causar a morte. 

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