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A minha experiência do confinamento

Estou em prisão domiciliar no Senegal. Não pense o leitor que se trata de uma perda de liberdade na sequência de um processo. Não, nada disso. Ainda para mais, a viver fora de portas, tenho tido o triplo de cuidado que teria na própria terra. Porém, do ponto de vista de movimento, a diferença não é muita. Quero sair daqui e não consigo. Isto cria um enorme potencial de estresse. Relativamente ao confinamento, no berço do vulto madrugador da negritude e da valorização da cultura africana, Leopoldo Sedar Senghor, a quarentena só se impõe à noite, a partir das vinte horas, até...

Futebol em Santiago. Que destino?...

Por não ser bom entendedor da área e, tão pouco, frequentador assíduo do Kampu Grandi (como o praiense de antes da independência gosta de designar o Estádio da Várzea), não vou discorrer muito sobre o futebol santiaguense, mas sim, como sempre, traçar adiante, em poucas linhas, um diagnóstico síntese e, em poucas alíneas, algumas propostas de melhorias.

(In)segurança. Por cá, tudo normal!*

Cabo Verde é um pais fabuloso. Aqui TUDO é normal. NADA suscita preocupações à nossa proverbial morabeza crioula.

Epifania do sonhador krioulo

Sonho em ser aquilo que sou nos meus sonhos

DA MATÉRIA DOS SONHOS (Nélson Évora, ou o menino que voava para o infinito)

Ergue-se um homem sobre a planta dos seus pés, irmão do vento peregrino, das aves de voo largo em seus desígnios de lonjura. Menino ainda, demandou os caminhos da terra longe, qual se o ofício marinheiro do pai fosse um fado já no sangue incrustado. E haveriam de ser as maiores glórias conquistadas nas distantes terras do oriente — foi Pequim e chovia. Era Osaka e o céu da ilha vertia rumores benfazejos. Mas não cabe aqui a relação de todos os feitos, porquanto ninguém sabe se mais água tem o rio que incessantemente as despeja no mar, embora, heraclitianamente, jamais a mesma,...

Sampdória de Itália contrata jovem promessa cabo-verdiano

 Bruno Amado é mais um jovem cabo-verdiano a despontar para o futebol internacional. Produto da EPIF, a escola de futebol do professor Djédje, na Praia, o atleta estava nos sub-19 do Sporting de Espinho, Portugal, mas acaba de assinaar o seu primeiro contrato de jogador profissional. E logo com a Sampdoria de Itália.

Amigo e prestimoso lenitivo

Estava mais para lá do que para cá, quando a epifania me sorriu. Não me preparara para tamanha repentina quintessência. Tinha entrado em transe, caído na vulgata sensação de languidez. Com pé na linha-meta de declínio, era um mero ser alado que ali estava, oblíquo, arfado e a baloiçar, tal que ramo de oliveira lambujado no balofo de desejo, espalhando sua fragrância pela mui ansiada paz do cosmo. Ou, então, uma peça de vestuário, soltando-se do corpo do de cuiús, ficando ali no dorso de uma rocha, na sequência de estrondosa triste queda. Uma alma abrenunciada que se punha a...