Cabo Verde decidiu esta quarta-feira, 17, extraditar Alex Saab para os Estados Unidos da América, precisamente dois dias depois de o Tribunal da CEDEAO ter mandado libertar o empresário. Os advogados de defesa de Saab já preparam recurso ao Tribunal Constitucional.
Num comunicado intitulado "O dia da vergonha", a equipa de defesa de Alex Saab, em reacção ao despacho do STJ desta quarta-feira, 17, que autoriza a extradição do colombiano para os EUA, considera a decisão "extraordinária e sem precedentes", porque tomada "desafiando directamente a sentença do Tribunal de Justiça da CEDEAO" da passada segunda-feira.
A defesa de Alex Saab, considerado testa-de-ferro de Nicolás Maduro, apresentou um recurso para suspender o processo de extradição por Cabo Verde, enquanto aguarda decisão do Tribunal da CEDEAO, disse hoje à Lusa o seu advogado.
...os Estados Unidos nunca pensaram que a África pudesse rebelar-se contra as suas instruções. Mas os EUA desconhecem o orgulho africano, a sua história de subjugação e a natureza contestatária de uma região que já disse basta ao neocolonialismo. Uma região que se autodeterminou e conta com instituições para a proteção dos direitos humanos como o Tribunal da CEDEAO, ou a União Africana, na qual Alex Saab é Embaixador Alterno, que não se deixam intimidar pelos poderosos. No entanto, embora Cabo Verde tenha finalmente concordado, após muitas evasivas, com a prisão...
Alex Saab, o empresário colombiano que aguarda, detido no Sal, desde Junho de 2020 decisão sobre o pedido da sua extradição para os Estados Unidos, vai ser posto em liberdade condicional, devendo ficar em prisão domiciliária até ao desfecho do seu processo.
Uma pesquisa que vem sendo partilhada nas redes socias revela que a maioria dos cabo-verdianos desaprova a detenção e eventual extradição de Alex Saab para os EUA.
A defesa de Alex Saab, considerado pelos Estados Unidos testa-de-ferro de Nicolás Maduro, confirmou esta sexta-feira, 15, a apresentação de um recurso à decisão de extradição por Cabo Verde, alegando que enfrenta uma possível pena de 160 anos de prisão.