Quase cinquenta anos de Cabo Verde como estado soberano capturado pela corrupção e pelo domínio de uma oligarquia avarenta e egoísta, que despreza o equilíbrio social e que, por isso, incrementa as desigualdades sociais, a pobreza, o desemprego, a violência urbana e a privatização dos serviços públicos básicos, como a saúde e a educação, tudo em benefício dos seus interesses, das suas empresas e dos seus lucros.
A Fundação de Assistência Médica Internacional (AMI) acaba de assinar um protocolo com a LOGISLINK, empresa do Grupo Sousa, que concorre para a privatização da Enapor, numa iniciativa destinada a apoiar esta Fundação no transporte de bens essenciais para as Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, Cabo Verde e Guiné-Bissau.
O Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV) questionou hoje se já não é chegada a hora de as autoridades competentes investiguem, a fundo, os contornos do negócio da privatização da TACV/CVA “que tanto prejuízo já deu a Cabo Verde”.
O diretor-executivo da BestFly, Nuno Pereira, admitiu à Lusa o interesse da companhia angolana, que assumiu hoje a concessão do serviço público de transporte aéreo interilhas em Cabo Verde, na anunciada privatização da empresa pública CV Handling.
Privatizaram TACV por nada. Apesar de todos os seus ativos, venderam 51% do TACV por menos do que o valor de 2 a 3 casas em Prainha sabendo que somente os direitos de voo para os EUA são mais do que o valor pelo qual venderam a companhia aérea. Não sabemos até à data se o governo recebeu algum dinheiro da venda porque o processo foi marcado com uma certa intransparência. O que sabemos são as promessas: 5 aviões imediatamente e 11 aviões alguns meses depois. Não tínhamos COVID-19 até 2020!? Alegaram que a privatização era o melhor negócio para Cabo Verde. Afirmaram ter resolvido...
O Governo assumiu junto do FMI que continua comprometido com o plano de privatizações iniciado a meio da legislatura, que, segundo alega o Executivo de Ulisses Correia e Silva, ficou suspenso no último ano devido à pandemia, prevendo retomá-lo após as eleições legislativas de 18 deste mês.
O presidente do MpD, Ulisses Correia e Silva, acusa a oposição de “desejar” o descalabro da Cabo Verde Airlines (CVA) para retirar “aproveitamento político” e garante que o Estado não injectou qualquer verba na companhia desde a privatização.