Pelo menos quatro deputados estão a ser sondados como terceira via para o rejeitado Démis Lobo – proposto pela Comissão Política e chumbado pelos seus colegas deputados – e Luis Pires, que, concorrendo à revelia e desafiando um órgão de peso como a CPN e o próprio presidente do partido, corre o real e muito provável risco de também ser vetado na Comissão Política do próximo dia 6 de Dezembro. Só que essa terceira via de consenso está também a dividir o PAICV.
A petição para que se realize uma cerimónia oficial em Cabo Verde para celebrar o centenário do nascimento de Amílcar Cabral já conta mais de 4.000 assinaturas e será entregue em janeiro, disse hoje à Lusa a promotora.
O poeta cabo-verdiano José Luís Tavares lamentou hoje a “grande crispação” política no país, a propósito do chumbo no parlamento de uma proposta para celebrar o centenário do nascimento de Amílcar Cabral, considerando o parlamento “indigno” de representar o povo.
Estalou o verniz no PAICV. Rui Semedo, presidente do partido tambarina, veio hoje a público acusar a ex-líder, Janira Hopffer Almada, de estar por detrás da campanha no seio do Grupo Parlamentar que resultou no chumbo do nome de Démis Lobo, proposto pela Comissão política, para substituir João Baptista Pereira, na liderança da bancada parlamentar. E reconhece que “não tem apoio no Grupo Parlamentar”.
"O chumbo da proposta da Comissão Política para a liderança da Bancada parlamentar do PAICV representa, a meu ver, por um lado, a vitória de uma casta que capturou e transformou o PAICV em outra coisa e muito menos partido político, deteriorando os princípios e valores fundacionais, golpeando os estatutos e ferindo a lealdade política que sempre norteou a construção de consensos no seio do nosso partido. E, por outro, uma grande derrota para o partido e, sobretudo, à sua atual liderança."
O deputado Carlos Tavares, mandatário da candidatura rejeitada de Luis Pires à liderança do Grupo Parlamentar do PAICV e líder do partido em Santiago Sul, defende que “os deputados não são pedras nem vigas, e devem merecer alguma consideração e respeito. Nesse processo não creio ser melhor caminho o Presidente do partido colocar culpas noutras pessoas mormente na anterior lider Janira Hopffer Almada, e nessa parte as declarações foram infelizes”.
Rui Semedo, afinal, sabia das intenções Luis Pires mas não ouviu, como mandam as boas práticas democráticas, os eleitos nacionais do PAICV antes de propor à Comissão Política o nome de Démis Lobo para ser votado como presidente do Grupo Parlamentar, socorrendo-se, para tal, dos estatutos do partido que lhe dá exclusividade na escolha do nome a ser avaliado pela CPN antes da votação pelos deputados. Luis Pires, descontente com essa “imposição anti-democrática” da direcção do PAICV, formalizou a sua candidatura na sexta-feira, 3, “rasgando” os estatutos e pisando as...