Israel mata cinco jornalistas em Gaza
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Israel mata cinco jornalistas em Gaza

Cinco jornalistas do canal de televisão “Al Jazeera” foram mortos pelas forças armadas de Israel, durante um ataque na cidade de Gaza. Paralelamente, uma investigação promovida por jornalistas do jornal britânico “The Guardian” expõe que os ataques mortais a quem procura auxílio humanitário são “sistemáticos e “indiscriminados”.

As próprias forças armadas israelitas confirmaram na noite do último domingo, 10, o assassinato deliberado dos cinco jornalistas na cidade de Gaza. As vítimas são o conhecido correspondente da “Al Jazeera” Anas Al Sharif (na foto), Mohammed Qreiqeh, Ibrahim Zaher, Moamen Aliwa e Mohammed Noufal.

O ataque das forças israelitas aconteceu quando as vítimas se encontravam numa área de tendas, reconhecidamente destinadas a jornalistas, junto ao hospital Al Shifa.

Para além dos cinco jornalistas, foram mortas mais duas pessoas e outras oito ficaram feridas, disse ao “The New York Times” o diretor do hospital, Mohammed Abu Salmiya, referindo ainda que o ataque foi executado por um drone.

Por sua vez, o exército israelita justificou o ataque alegando que Anas, “fazia-se passar por jornalista”, mas pertenceria ao Hamas, uma versão negada pela “Al Jazeera”, que denunciou tratar-se de um “assassinato premeditado”, numa “tentativa desesperada de silenciar vozes antecipando a ocupação de Gaza”.

A versão israelita não convence, já que, no ano passado, as forças armadas assassinaram um repórter da mesma cadeia de televisão, Ismail al-Ghoul, utilizando o mesmo argumento - o que nunca foi provado.

Proibida de fazer a cobertura jornalística na faixa de Gaza, mas também em Israel, onde o Estado fechou todas as suas instalações, a “Al Jazeera” tem conseguido instalar-se no terreno e produzir reportagens em primeira mão dos ataques israelitas e da a situação de fome e falta de infraestruturas básicas em toda a Faixa de Gaza, num cenário de genocídio em que foram mortas mais de 61.000 pessoas, na sua maioria mulheres e crianças.

“The Guardian” denuncia “esquema mortal de Israel

A investigação promovida por jornalistas do jornal britânico “The Guardian”, desmonta o “esquema mortal” dos ataques israelitas a quem procura auxílio humanitário, alegando existir um “padrão sustentado”.

O jornal recorreu a provas visuais, entre as quais mais de 30 vídeos, balas, dados médicos de dois hospitais e de testemunhos, num trabalho realizado ao longo de 50 dias.

Com centenas de pessoas, que já morreram à fome, milhares de civis, entre os quais muitas crianças, estão a morrer quando se dirigem a pontos de ajuda humanitária e que, segundo o “The Guardian”, são ataques “sistemáticos” e “indiscriminados”, sem qualquer propósito militar justificável.

De acordo com as Nações Unidas, desde 27 de Maio, pelo menos 1.373 pessoas foram mortas enquanto procuravam alimentos, 859 na vizinhança dos locais de distribuição e 514 nas estradas por onde circulam os camiões que carregam alimentos.


Fontes: Imprensa internacional
Foto: X

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Redação