Pan-africanismo: Economista guineense partilha leitura da contribuição de Amílcar Cabral em conferência
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Pan-africanismo: Economista guineense partilha leitura da contribuição de Amílcar Cabral em conferência

O economista guineense Carlos Lopes disse hoje que a sua visão a ser partilhada durante a conferência sobre Amílcar Cabral e as mudanças de narrativas sobre o pan-africanismo incide em trazer uma leitura da contribuição de Cabral.

O professor universitário, que falava aos jornalistas no final de um encontro com o Presidente da República, José Maria Neves, avançou que a ideia é trazer uma contribuição do legado de Amílcar Cabral para as narrativas africanas e como, através dos seus ensinamentos, pode-se verificar uma série de inovações na forma de interpretar o pan-africanismo.

A conferência “Amílcar Cabral e a mudança de narrativas sobre o pan-africanismo - Reimaginando narrativas africanas e o legado de Amílcar Cabral”, uma iniciativa da Fundação Amílcar Cabral, acontece às 16:30, desta terça-feira, no Palácio Presidencial.

Para Carlos Lopes, as questões climáticas e os estudos agrários com a preocupação com a regeneração dos solos, aproveitamento das culturas amigas do ambiente, formas de armazenamento e até a preocupação com a utilização da água, são exemplos de narrativas que podem ser partilhadas e aproveitadas com os jovens.

“E, portanto, tudo isso são temas que hoje em dia os técnicos que se ocupam de sustentabilidade consideram como extremamente pertinentes e Cabral falava deles nos anos 50”, pontuou, referindo que essas são apenas algumas das facetas de Cabral.

O direito às mulheres é outro tema que, no entender do intelectual, mostra a “actualidade e contemporaneidade” de um Cabral “inovador”, tentando, nas suas intervenções e defesas, solidificar a cultura como a luta pela dignidade.

Sobre a conversa com o chefe de Estado, Carlos Lopes revelou que foram abordados vários pontos como as organizações ligadas à questão climática e o panorama da 29.ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP29) que se iniciou hoje em Baku, no Azerbaijão, tendo como um dos principais objectivos determinar o financiamento para a acção climática.

Outro assunto tema abordado tem a ver com a 30.ª conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025, que vai ser realizada no próximo ano no Brasil.

“Neste ano o Brasil tem o G20, está a passar a pasta África do Sul, que é o país onde eu vivo e eu estive ligado a um grupo de trabalho da presidência brasileira para o G20 sobre as questões climáticas e agora vou fazer um pouco do mesmo papel em relação à África do Sul”, adiantou.

Carlos Lopes é reconhecido como um dos grandes intelectuais africanos de dimensão mundial.

De acordo com os promotores, Carlos Lopes destacará na conferência como os pensamentos, acções e filosofias de Amílcar Cabral, continuam a oferecer estruturas críticas para enfrentar os desafios africanos contemporâneos.

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