O Governo aprovou sexta-feira última mais um aval do Estado, desta vez de 250 milhões de escudos (2,2 milhões de euros), à transportadora aérea TACV, para apoiar a tesouraria e continuar as operações e atividades previstas para este ano.
Segundo a resolução governamental, a Transportes Aéreos de Cabo Verde (TACV) recorreu a um empréstimo bancário junto da Caixa Económica de Cabo Verde (CECV), no montante de 250 milhões de escudos (2,2 milhões de euros) “para apoio à sua tesouraria permitindo a continuidade das operações e atividades previstas para o corrente ano de 2022”.
“Para a realização desta operação financeira, o referido banco solicitou o aval do Estado como garantia do empréstimo e condição indissociável à concretização do referido financiamento”, lê-se na resolução publicada em Boletim Oficial, indicando que o prazo da operação é de quatro anos.
“O Estado de Cabo Verde na qualidade de acionista maioritário e perante o papel relevante que os TACV desempenham na dinâmica da economia nacional, nomeadamente, a nível do turismo e comércio, reconhece a manifesta importância em apoiar a empresa na mobilização destes recursos financeiros, através da concessão deste aval”, justificou ainda o executivo.
A mesma fonte referiu ainda que para fazer face às necessidades de financiamento apresentadas no seu Plano de Retoma e Estabilização, a empresa tem recorrido também a outras fontes para captação de recursos, como o crédito bancário.
Em fevereiro, o Governo tinha atribuído outro aval para um empréstimo de 1,5 milhão de euros à TACV, face a “necessidades de emergência”, como o pagamento de salários.
Em março de 2019, o Estado de Cabo Verde vendeu 51% da TACV por 1,3 milhões de euros à Lofleidir Cabo Verde, empresa detida em 70% pela Loftleidir Icelandic EHF (grupo Icelandair, que ficou com 36% da Cabo Verde Airlines – nome comercial da companhia) e em 30% por empresários islandeses com experiência no setor da aviação (que assumiram os restantes 15% da quota de 51% privatizada).
Entretanto, a companhia foi renacionalizada em julho de 2021, alegando vários incumprimentos na gestão, tendo retomado os voos apenas em dezembro do ano passado.
No parlameno está a decorrer uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) à privatização (2019), renacionalização (2021) da TACV e à saída da companhia do mercado doméstico (2017).
O Governo vai injetar anualmente mil milhões de escudos (9,1 milhões de euros) na TACV nos próximos três anos, para garantir a estabilidade e recuperação da companhia aérea, antes de a reprivatizar em 2024, anunciou em setembro o ministro Carlos Santos.
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