Desporto. FIFA e FCF abordam nacionalização e  transferência de jogadores
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Desporto. FIFA e FCF abordam nacionalização e transferência de jogadores

No seu último dia da visita a Cabo Verde, este domingo, Gianni Infantino, presidente da Federação Internacional das Associações de Futebol (FIFA - sigla em francês), abordou a possibilidade de os jogadores que tenham actuado para uma selecção possam actuar para outra caso o entendam. Outro tema de grande interesse para os clubes e escolas de iniciação ao futebol nacionais tem a ver com a necessidade de melhorar o sistema de transferências para que possam beneficiar das percentagens das vendas de jogadores conforme regulamenta a FIFA.

A possibilidade de jogadores, com dupla nacionalidade ou com direito a dupla nacionalidade, virem a poder representar outra selecção foi uma proposta apresentada pelo antigo presidente da Federação Cabo-verdiana de Futebol, Victor Osório, num encontro da FIFA realizado ano passado em Dubai, mas que, entretanto, enfrenta “reacções diversas das federações com diferentes entendimentos e interesses. Daí ser “muito complicado” neste momento conseguir essa alteração nas regras da FIFA que impede tal possibilidade.

Gianni Infantino admite que a FIFA terá de ter em conta, no futuro, aspectos como a globalização e a emigração, e que, como defendera na altura Osório, colocam as selecções dos países mais pobres em desvantagem perante as selecções de países mais ricos, pois que os melhores de países emissores de emigrantes como Cabo Verde terão quase sempre os seus melhores jogadores aliciados pelas federações mais ricas.

No que tange a um melhor cumprimento das regras de transferência, Infantino avança a intenção da FIFA de regulamentação da profissão dos intermediários, leia-se agentes de jogadores, para maior credibilidade do sistema e, mais importante, para que os clubes e escolas formadoras de atletas possam ser recompensadas perante os mecanismos de solidariedade da FIFA que prevêem a transferência de 5% a 7% do total da venda de um jogador para o(s) clube(s) formadores e federações dos clubes e escolas de origem, para além de outros mecanismos previstos.

Outro aspecto importante, como adianta o próprio dirigente máximo da autoridade internacional do futebol, é a necessidade de limitação do número de jogadores inscritos pelos clubes, o que mais uma vez favorece os mais abastados em detrimento dos clubes mais pobres. Infatino reconhece que há clubes que têm 50 ou mais jogadores inscritos, muitos dos quais não jogam e preferem estar nesses clubes a ganhar mais do que jogar em clubes com menos expressão.

Infantino reflete ainda sobre a duração do mercado de inverno, que de acordo com muitos clubes, duram demasiado tempo, interferindo no planeamento da época das equipas, sendo que a FIFA está a ponderar a redução deste período de transferências, devendo considerar o mesmo com o mercado de verão para que as equipas possam iniciar a época com os plantéis fechados, sempre com a intenção de favorecer o equilíbrio de forças entre os clubes mais pequenos e os mais poderosos.

O presidente da FIFA manifestou a sua intenção de encurtar o mercado de transferências de inverno e limitar o número de inscrições dos clubes nesta época, considerando mesmo que “a janela do mercado de transferências de verão deve ser reduzida”, para que o campeonato se inicie com o plantel fechado.

Isto para evitar que as grandes equipas tenham vantagens sobre as sobrantes, de forma a harmonizar mais equilíbrio nas provas internacionais.

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