Em oito anos o país despencou do ilusório e pomposo discurso da criação de "ecossistemas de negócio"; mecanismos de financiamento de toda a espécie; e "dinheiro que nunca mais acaba"; para a dura realidade que é a incapacidade de não ter trazido e mantido um investidor forte e credível para o setor aéreo e, sinal dessa incompetência, é o Governo a assumir agora a criação de uma empresa pública - só com capitais do Estado.
1. Todos estão lembrados das "lenga-lengas" do "desligamento do tubinho do Estado" aos TACV; da "incompetência da gestão pública"; da condenação até à exaustão dos "subsídios" que o Estado vinha atribuindo aos TACV; da defesa vigorosa da "lei do mercado" que se autoregula - tudo partes de um discurso que foi repetido vezes sem conta até às eleições legislativas de 2016. Hoje, já nada destes princípios fazem parte da gestão deste MPD para o setor aéreo;
2. Hoje, oito anos depois, assiste-se à emergência desta enorme contradição e revelação de total incoerência entre o discurso de "oposição" e a ação na "situação". Era fácil - a partir do sofá - falar e discorrer sobre as políticas públicas para a área dos transportes, tanto marítimos, quanto aéreos. A partir de 2016, com a chegada do MPD ao poder, o país inteiro assistiu ao desmantelamento do sistema de transportes marítimos que já estava instalado - a Cabo Verde Fast Ferry, por exemplo, e ao desfile de falhanços no setor aéreo. Primeiro, foi o parceiro estratégico de excelência e pujança mundial, os famosos islandeses aos quais este governo teve de pagar para preparar a privatização dos TACV que eles próprios viriam a assumir ainda por cima com um calote de 48 mil contos. Depois, todos conhecem a estória da Binter que também foi-se embora. Por fim, a "Best Fly" que na "hora de bai" deixou a pior avaliação possível que se pode fazer a um governo, afirmando publicamente que estavam a operar num "ambiente de negócios tóxico e punitivo", ambiente esse que condicionava toda a sua capacidade de acção;
3. Em oito anos o país despencou do ilusório e pomposo discurso da criação de "ecossistemas de negócio"; mecanismos de financiamento de toda a espécie; e "dinheiro que nunca mais acaba"; para a dura realidade que é a incapacidade de não ter trazido e mantido um investidor forte e credível para o setor aéreo e, sinal dessa incompetência, é o Governo a assumir agora a criação de uma empresa pública - só com capitais do Estado.
4. É o atirar da "toalha ao chão" e a assunção clara do falhanço! É o reconhecimento da incapacidade de negociar e conseguir que privados invistam na exploração do setor aéreo. Também, o que mais se poderia esperar de um partido político que assume claramente que "uma coisa é discurso de campanha e outra coisa é a governação", como já defendeu publicamente o Presidente do MPD e atual Primeiro-ministro do país, Ulisses Correia e Silva?
Comentários
Casimiro Centeio, 10 de Set de 2024
Isso faz-me lembrar do movimento "CARANGUEJO": dá 1(um) passo à frente e, seguidamente, 3 (três) atrás !!!!!!!
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