A excelência na relação interpessoal: sinceridade ou superficialidade   
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A excelência na relação interpessoal: sinceridade ou superficialidade  

Vivemos a era mais impessoal e solitária de todos os tempos. Vejamos que o século XXI é marcado pela ansiedade e doenças psíquicas. As relações são permeadas pela via mais restrita possível, com enfoque em atitudes mais secundárias. As ausências de conteúdo nas relações estão presentes de tal modo, que, o que realmente vale não estão na pauta principal.

Vivemos numa sociedade onde o que vale não é o que somos e sim o que temos.

O pior disso, é quando rejeitamos o outro em detrimento da sua condição material ou status social. Diminuindo o seu valor inerente; ignorando todo o seu potencial.

Tenho conhecimento de situação, em que a pessoa perdeu uma grande chance de alcançar o seu objetivo, porque fez um julgamento superficial de alguém pela sua aparência e suposta incapacidade financeira. Afinal, a pessoa julgada no crivo do preconceito tinha a resposta que a outra precisava. Dramática situação! Em vez de ganharmos, perdemos de forma veemente e solitária.

É assim a vida, quando agimos de uma forma medíocre com o outro, colhemos surpresas gritantes. É importante termos em conta que aquele a quem nós ignoramos, tarde ou cedo se elevará a um novo grau ou estatuto. Justamente porque a vida dá voltas e nós numa atitude pequena e pobre, achávamos que nada mudaria. É aí que caímos numa grande ilusão.

Não podemos pensar que quem está numa posição inferior irá continuar assim até ao fim da sua vida. Isso não é verdade! Tudo pode mudar e aquele que desprezamos hoje, amanhã poderá nos surpreender. Por isso, o segredo é nunca subestimar ninguém, nunca rejeitar ninguém em função do que tem ou não tem.

A relação humana pautada nessa linha, será sempre um desastre e depois vem o arrependimento, e será tarde demais. A humildade deve manter, a simplicidade também e sobretudo o caráter. Fora disso, não haverá nenhuma construção interpessoal que seja digna de grande relevância e valor.

Está claro que o que conta para o bem-estar humano é a relação interpessoal genuína e sem quaisquer resquícios de manobras ou manipulações. Tem que haver sinceridade e sentido genuíno comportamental. Sem máscaras ou interesses ignóbeis. Nessa ótica, a relação se configura em meandros mais paliativos do que num prisma consubstanciado e profundo. Nesta via do superficial, os resultados serão quase sempre insatisfatórios e negativos. E no fim, colhemos o que plantamos.

Vivemos a era mais impessoal e solitária de todos os tempos. Vejamos que o século XXI é marcado pela ansiedade e doenças psíquicas. As relações são permeadas pela via mais restrita possível, com enfoque em atitudes mais secundárias. As ausências de conteúdo nas relações estão presentes de tal modo, que, o que realmente vale não estão na pauta principal.

Um fenómeno do qual o psicanalista Augusto Cury nos fala e que realmente marca negativamente as nossas relações, é a "psicoadaptação" negativa. Isto é, estamos tão acostumados com o superficial, que adaptamos normalmente e sem nenhuma atitude crítica. Esquecendo do que vale a pena. Assim, caminhamos nessa estrada difícil e complexa. Claramente, a nossa inteligência social marcará um descompasso vertiginoso e destrutivo.

Um sair dessa configuração destrutiva, seria um passo significativo, na medida em que teríamos ganhos imensuráveis. Estando certos que tudo que não é autêntico não tem base para sobrepujar. E acabará em desalento, perdas e deceções.

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SOBRE O AUTOR

Lino Magno

Teólogo, pastor, cronista e colunista de Santiago Magazine

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