O candidato à liderança do PAICV Jorge Spencer Lima (Scapa) apresentou esta semana as linhas da moção de estratégia da sua candidatura, e propõe tornar o partido mais forte, unido e preparado para as eleições legislativas de 2026.
Durante o acto público de apresentação da sua candidatura, na cidade da Praia, sob o lema "Por Cabo Verde, um PAICV Forte e Ganhador", Spencer Lima destacou dois conceitos fundamentais: a identidade histórica do PAICV como partido da independência e a necessidade de traçar um rumo claro para o país.
O candidato alertou que a recente vitória do partido nas eleições autárquicas não garante o mesmo sucesso nas legislativas e reforçou que será necessário apresentar ideias, propostas concretas e conquistar a confiança do eleitorado nacional.
"Ganhar as autárquicas não significa ganhar as legislativas. Temos de convencer os eleitores de que o PAICV merece voltar ao poder", afirmou.
Scapa, alcunho pelo qual também é conhecido, defendeu que a unidade interna do partido é essencial para alcançar a vitória nas eleições legislativas de 2026, destacando que as divisões internas e a "guerrilha" partidária prejudicam a imagem e o desempenho do PAICV.
Segundo disse, a experiência passada já demonstrou que disputas internas podem levar a derrotas inesperadas.
“Nós já tivemos uma experiência no passado, onde o PAICV foi para uma eleição com uma guerrilha interna e perdeu onde não devia ter perdido, mas parece que estamos a esquecer”, afirmou.
Spencer Lima avançou que a sua candidatura tem de ser capaz de convencer os militantes sobre quem são e para onde querem ir.
Sobre a possibilidade de uma união entre as quatro candidaturas, Spencer Lima considerou a ideia uma "utopia" no actual contexto.
“Como as coisas vão e como as coisas estão, essa união é quase impossível estamos a ter conversas contraditórias e cada um faz o que quer, o que as pessoas têm que saber, sobretudo os candidatos responsáveis, têm que estar preparados para, após o dia 30 de Março, deixar a água acalmar e preparar para negociar”, salientou.
O candidato sublinhou ainda que o líder eleito deve garantir um partido coeso, sem discriminação entre militantes, e preparado para enfrentar o próximo ciclo eleitoral com solidez.
Apontou fragilidades nos sectores estratégicos do país, como turismo, agricultura, pescas e transportes e criticou a excessiva dependência da economia cabo-verdiana do turismo, recordando os impactos negativos da pandemia.
Como alternativa, propõe o fortalecimento da indústria através de pequenas e médias empresas, aproveitando o mercado da CEDEAO, e a criação de parques industriais.
A nível dos transportes, afirmou que o país regrediu três décadas e defendeu um reinvestimento na companhia aérea de bandeira nacional, que, segundo disse, tem condições para voltar a operar com sucesso.
As directas para a eleição do presidente do PAICV estão marcadas para 30 de Março e concorrem quatro candidatos: Jorge Spencer Lima, Nuías Silva, Francisco Carvalho e Francisco Pereira.
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