A Presidência da República acaba de atribuir a Felisberto Vieira Lopes, a título póstumo, a Ordem Amilcar Cabral, a maior distinção do país, em reconhecimento pelo percurso do antigo advogado na sua luta pela liberdade e dignidade da Nação.
Em causa o facto de a Câmara Municipal da Praia literalmente ter mandado despejar ao abandono os seus nove contentores com equipamentos avaliados em 1.4 milhões de euros, com a justificação de que a Yanertes, do empresário Ricardo Rodrigues e Yanis da Moura, estava a ocupar “uma via pública” em Agostinho Alves num terreno que supostamente não lhes pertence. Sucede que, apesar de a CMP reconhecer que a propriedade pode pertencer à família do empresário, a autarquia ordenou a remoção dos contentores mas quem pagou (1.384.600$00) foi a Qualinertes, empresa do grupo Construções...
O deputado PAICV, Carlos Tavares, disse hoje no Parlamento que a Câmara Municipal da Praia, liderada por Francisco Carvalho, tem a valorização da transparência como uma questão central e que hoje não há obras superfaturadas feitas em negócios boca a boca, muito menos máfias de terreno ou folhas arrancadas de matrizes.
Volta e meia, assim do nada, reaparece o Procurador Geral da República a erguer a espada de Dâmocles sobre críticos do sistema e acima da cabeça da imprensa livre e independente, que pesquisa e denuncia os seus podres e maus odores. A bitola é tão rasa que chega a ser risível: por que eu, Hermínio Silves, e o jornalista Daniel Almeida, somos acusados de desobedecer o segredo de justiça no caso da estranha morte de Zezito Denti d’Oru e não se levantou igual processo quando eu mesmo revelei os sonantes nomes dos indiciados na máfia de terrenos da Praia, que também está sob sigilo...
O músico cabo-verdiano Paulino Vieira considera que existe uma “farsa” em torno do sucesso de Cesária Évora, promovida por “máfias” que não deixam os outros artistas brilharem, e que reduziu a música de Cabo Verde à morna, condenando-a ao extermínio.
O julgamento do mega-processo da máfia de terrenos da Praia, que havia sido adiado para o dia 27 deste mês por alegada falta de notificação de alguns dos 15 arguidos, voltou a ser diferido, desta feita sine die. É que a Tecnicil – única empresa arguida num processo que junta o ex-bastonário dos Advogados e antigo governante, Arnaldo Silva, o ex-vereador da CMP, Rafael Fernandes e o próprio Alfredo Teixeira, dono desse grupo industrial e imobiliário – resolveu agora exigir julgamento por Tribunal Colectivo, alinhando a sua posição com a defendida desde sempre pelo Ministério...
O Julgamento do maior caso de corrupção em Cabo Verde, a máfia de terrenos da Praia, foi adiado para o dia 27 de Junho porque o Tribunal não conseguiu notificar em tempo todos os 15 arguidos deste megalómano processo que tem como réus o antigo governante e ex-bastonário da Ordem dos Advogados, Arnaldo Silva, o ex-vereador da Câmara Municipal da Praia, Rafael Fernandes, e Alfredo Carvalho, dono da Tecnicil, empresa também arguida no processo. Todos eles estão acusados de burla qualificada, lavagem de capital, associação criminosa, falsificação de documentos e corrupção activa.