O objetivo de tomar a Praia custe o que custar, traduz-se nestas tentativas de isolar a governação municipal, mas também de atrasar o desenvolvimento do município (o que é criminoso!). O governo, que tanto se vangloria das obras realizadas nos municípios e que, de facto, as realizou em todos, regista uma exceção: o município da Praia que, por sinal, alberga a capital de um país chamado Cabo Verde.
...os discursos políticos do Governo, por vezes, passam a ideia de que as coisas estão bem. Não, não estão bem! A Governação do Ensino Superior, em particular, anda mal e aguarda-se por melhores dias. Para lá de certos discursos políticos de ocasião, e de algumas medidas de racionalidade duvidosa (como é o caso da fragmentação do ensino superior, num país tão pequeno como este), a realidade é crítica e preocupante, perante um país que, ainda, tenta descolar-se para o seu desenvolvimento e com muitos problemas básicos por resolver.
Só os mais desatentos não se aperceberam que Ulisses está desesperado com os péssimos indicadores de desempenho de sua governação que indicam que 60% dos eleitores consideram que seu Governo está no caminho errado e os tormentosos números dos dados e projeções eleitorais para o próximo ciclo eleitoral que projeta o seu maior desaire eleitoral de sempre: se de 2016 perdeu seis Câmaras Municipais, quantas mais perderá em 2024? Essa resposta está nas mãos do povo!
O PAICV considerou hoje, no parlamento, que Cabo Verde atravessa “o seu pior momento na sua história de governação”, com este Governo liderado pelo MpD, colocando o País perante “enormes desafios”, mormente no que tange aos transportes”.
Veja-se, hoje, 02 de agosto de 2023, dois escândalos no agenciamento: (i) o anúncio da fuga dos jovens-peregrinos cabo-verdianos da JMJ, em Lisboa e (ii) a expulsão do antigo Presidente da AN e Ex-Provedor da Justiça, Engenheiro Espírito Santo, do Painel dos analistas do Programa do Jornal de Domingo. Ao invés de o Governo os tratar com Sentido de Estado e responsabilidade que se espera aparecem dois governantes-palhaços, no circo que se tornou a governação do país, a tergiversar a realidade e a nos tratar de idiotas-úteis. É triste e ridículo estes posicionamentos, na justa...
Não obstante uma série de indicadores de desempenho negativos abrangendo diferentes setores da economia, da sociedade, da administração e da política, podendo ser expressos em aumento da taxa de inflação, elevado índice de desemprego juvenil, insatisfação com os serviços da Administração, aumento do descontentamento popular com a governação do país medido pelos dados do afrobarometer, o Governo continua surdo e indiferente às manifestações e reclamações legítimas dos cidadãos, dos sindicatos, das representações setoriais e de classe.
A ASSEMBLIA NACIONAL, enquanto centro do sistema político, é chamada a pronunciar sobre a governação do país. É seu dever defender Cabo Verde e os cabo-verdianos. Se a Casa do Povo falhar, é todo o Estado de Direito que falha na sua efetivação e afirmação. Não é admissível satisfazer com mínimos de interesse público ou de transparência quando é possível alcançar mais e melhor, sou seja, o máximo.