Dois pormenores me chamaram a atenção na última semana. Digo pormenores porque, em boa verdade, aparentemente são situações que, não comportando gravidade extrema ou ilicitude, ainda assim, revelam sinais emblemáticos sobre as mundivivências das elites cabo-verdianas, do seu conceito de ética e da sua visão do mundo.
O desempenho da economia nacional foi positivo no primeiro semestre de 2024, com o PIB a registar um crescimento de 9,7 por cento (%), indica o Relatório de Política Monetária do BCV divulgado hoje, na Praia.
Efetivamente, a rapinagem promovida na Câmara Municipal da Praia, durante 12 anos, com as políticas “entreguistas” de Ulisses Correia e Silva/Óscar Santos, lesando o interesse público e enriquecendo a ganância de empresários amigos, chegou ao fim em 2020, daí o custe o que custar para devolver o negócio aos amigos. E isso os praienses já perceberem muito bem!
Quando a atual equipa camarária, liderada por Francisco Carvalho, tomou posse, o cenário da recolha de resíduos sólidos era o seguinte: a dupla Ulisses Correia e Silva/Óscar Santos havia entregue todo o processo de recolha a um grupo privado, secretamente gerido por um ex-vereador do saneamento e atual membro deste governo. Para começo de conversa, a nova equipa camarária encontrou o setor com milhares de contos de calotes e contas mal explicadas que levantaram fortes suspeitas de má gestão e políticas lesivas do interesse público.
A residência do ex-presidente da Câmara Municipal da Praia e atual Governador do Banco de Cabo Verde, poderá ser objeto de uma busca do poder judicial, esta segunda-feira, 13 de maio, na sequência dos alegados atos de corrupção cometidos por Óscar Santos relacionados com a gestão dos fundos do ambiente e do turismo no período entre 2016 e 2019.
O ex-presidente da Câmara Municipal da Praia, Óscar Santos, disse hoje estar “tranquilo e disponível” para prestar quaisquer esclarecimentos sobre as investigações na Câmara Municipal da Praia, que levaram à operação de buscas e apreensão esta quinta-feira, 09.
Demorou mais de dez horas a operação de busca e apreensão ontem, 9, na Câmara Municipal da Praia. Além de vários documentos, foram confiscados os computadores pessoais e do trabalho do presidente, dos vereadores e técnicos suspeitos, deixando a autarquia neste momento paralisada, sem poder trabalhar. O processo contra o ex-autarca Óscar Santos, relativo ao Fundo de Sustentabilidade Social para o Turismo (FSST), vai conhecer mais desenvolvimentos com buscas nas empresas contratadas para obras que não foram feitas e no próprio FSST, que, a par do staff de então de Óscar Santos,...