Que a transição para o multipartidarismo nos anos 90 trouxe o ar puro da liberdade, não há dúvida. Mas também pariu uma classe política que, entrincheirada, confunde o bem público com o seu umbigo. Meio século de dança entre PAICV e MpD criou uma ilusão perigosa: a de que a alternância é sinónimo de saúde democrática. Enquanto isso, a “accountability” esvai-se e o debate de ideias definha. É um mal estrutural, profundo e devastador. E aqui jaz o cerne da crise: a democracia não sobrevive de ar e discurso. Ela definha sem justiça social. O crescimento económico, por...
Quem apoia o atual projeto de urbanização da Câmara Municipal do Sal ou desconhece os impactos negativos da asfaltagem descontrolada, ou defende interesses alheios ao desenvolvimento sustentável da ilha. Esta posição, além de desinformada, revela uma desonestidade intelectual, pois até agora não foram apresentados argumentos técnicos ou sociais válidos que sustentem tal intervenção. O projeto em curso viola os Objectivos do Desenvolvimento sustentáveis e o Decreto-Lei nº 20/2011, afastando a ilha de um futuro inclusivo e sustentável e empurrando-a para um claro retrocesso...
A Comissão Política Regional do PAICV em Santiago Norte denunciou hoje o Governo por situações de descasos com a região, acusando-o de não ter acudido aos problemas da população, de ignorar o poder autárquico e de irregularidades na execução de obras.
Especialistas destacaram, na sexta-feira, 20, na cidade da Praia, os progressos registados por Cabo Verde ao longo dos 50 anos de independência, mas alertaram para desafios estruturais relacionados com a consolidação democrática, produtividade e a cultura cívica no país.
Caro leitor, a doença da democracia caboverdiana, a pobreza generalizada da nação residem na radicalização dos detentores do poder político. Intolerantes que se autoproclamaram os obreiros da “democracia” caboverdiana e desta constituição de letra morta e declararam guerra a todos os cidadãos que ousarem se posicionar e chamar a atenção para a usurpação do poder do Estado, de todos nós, em benefício de poucos e bem identificados partidários. A pergunta que deixo para é esta: O que irá acontecer se nós resolvermos também nos radicalizar, para defender os Princípios...
Chegou o momento de parar de relativizar, de parar de engolir desculpas, de exigir com firmeza e dignidade o que é básico: mobilidade, acessibilidade e respeito, não apenas para Brava, mas para todo o território que teima em ser tratado como distante. Porque patriotismo não é aplaudir quem governa, é responsabilizar quem não cumpre. E esconder-se atrás de um partido, continuar a justificar o injustificável por lealdade política, não tem servido a Cabo Verde, tem-nos sim, enfraquecido como povo, como país, e como projecto colectivo. Esta é uma luta de todos! Hoje, a Brava...
Se o governo não agir em várias frentes, continua apenas com narrativas para animar os mais próximos do poder, porque os jovens nem estão aqui para ouvir os discursos desgastados sobre a juventude e a causa da emigração que querem fazer passar para fora. Para reter os jovens, o governo precisa agir em várias frentes: economia forte, educação de qualidade, qualidade de vida e governança / governação eficiente e eficaz. Repetimos: ninguém é contra a emigração. Somos contra a tentativa de passar uma narrativa, desgastada de que os jovens saem do país, somente por gozarem de...