A defesa de Alex Saab, considerado pelos Estados Unidos testa-de-ferro de Nicolás Maduro, vai recorrer para o Tribunal Supremo de Justiça da decisão de extradição, prevendo que o processo se arraste nos tribunais até abril.
O avião Gulfstream G550 do Departamento da Justiça norte-americano, que esteve por cerca de duas horas ontem, 5, na ilha do Sal, trazia a bordo funcionários da justiça federal dos EUA para assumir os trâmites finais do processo de extradição de Alex Saab. O STJ tem 15 dias para reagir ao recurso da defesa, mas o acórdão poderá sair bem mais cedo.
O Tribunal da Comarca de Barlavento decidiu esta segunda-feira, 4, pela extradição do empresário colombiano apara os Estados Unidos da América, que o acusam de ser testa-de-ferro do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, na lavagem de dinheiro.
Um avião do Departamento de Estado norte-americano da Justiça aterrou a meio da tarde desta terça-feira, 5, na ilha do Sal e partiu menos de duas horas depois em direcção aos EUA, mas sem reportar seu destino final. Esta viagem fugaz acontece depois de o Tribunal da Relação de Barlavento ter decidido ontem,4, pela extradição de Alex Saab, mas desconhece-se, por enquanto, se o empresário colombiano estaria a bordo.
Vários jornais venezuelanos estão a noticiar que o governo de Nicolás Maduro sacou "grandes quantidades de ouro" da empresa mineira estatal Minerven para enviar a Cabo Verde, em troca da não extradição de Alex Saab para os Estados Unidos. Ao mesmo tempo, o Executivo de Caracas divulgou na quinta-feira, 24, uma mensagem de Natal em que nas duas páginas apenas se refere ao caso Saab, tendo apelado a Cabo Verde, a "bem de um futuro de paz e justiça", medida humanitária que permita ao empresário colombiano passar o fim do ano com a sua família. O El Tiempo não esconde a inquietude e...
A notícia é do New York Times e revela que esta terá sido a derradeira tentativa de Donald Trump para, no pós-eleição, tentar desferir o seu maior e derradeiro golpe contra Nicolás Maduro, seu "inimigo de estimação", e que acredita estar por detrás das acções de Alex Saab, o empresário visto pelos Estados Unidos como o arquitecto dos negócios que mantém o presidente venezuelano no poder. Qual era a missão? Impedir uma hipotética fuga de Saab da prisão onde se encontra na ilha do Sal.
Cabo Verde não ratificou o protocolo que dá competência ao tribunal da CEDEAO em matéria de direitos humanos, e por isso não tem obrigação de cumprir a decisão de colocar Alex Saab em prisão domiciliária.