A jurista Andyra Lima elencou hoje, na Praia, um conjunto de “ilegalidades” presentes na proposta de regulamento eleitoral das eleições para o presidente do MpD a ser apresentada na reunião da direcção nacional do MpD, este sábado.
Gilberto Barros, secretário de Estado das Finanças até o ano passado, e que teria tido garantias de que seria ele o indicado pelo Governo para administrador do Banco Mundial, sentiu-se traído por Ulisses Correia e Silva e já pediu explicações ao chefe do executivo sobre a polémica escolha do “desconhecido” Harold Tavares para o lugar, ultrapassando nomes como de Óscar santos, António Moreira ou Elisabete Moreno, ex-ministra do governo de Emmanuel Macron, na França. O clima no MpD está de cortar à faca, com Ulisses e Olavo a darem sinais de já não estarem em sintonia.
Ulisses Correia e Silva anuncia recandidatura à sua própria sucessão no discurso de abertura da rentrée política 2022-2023. Orlando Dias, ainda seu único oponente, reagiu de pronto: “Lamentamos que o anúncio tenha sido feito em contramão aos mais elementares princípios da ética, aproveitando-se de um ato público do Partido para o cavalgar a favor da sua candidatura. É feio, é mesmo muito feio!”
O MpD vive momentos agitados, a paz podre dos consensos de conveniência foi abalada pela ousadia de um homem que, sem que nada o fizesse prever, desafiou o poder ilimitado de um líder partidário que se julga uma figura providencial e, por via dessa convicção, exige a lealdade dos fracos, dos alpinistas sociais, dos carreiristas e dos que buscam as migalhas do bodo dos poderosos.
O candidato à presidente do Movimento para Democracia (MpD), disse hoje que um líder de um partido que considera uma disputa interna fator de “divisão”, que, num “discurso bélico”, alude a “trincheiras” e “rejeita partilhar “o poder, só pode ter um nome, em Cabo Verde ou em qualquer parte do mundo, que “é antidemocrático”.
As cartas podem baralhar-se para o deputado Luís Carlos Silva, até aqui tido como candidato único ao cargo de Secretário Geral do MpD, cuja eleição deverá acontecer no decorrer da Direção Nacional do Partido, prevista para 1 de outubro, pois o também deputado, Celso Ribeiro, quer perfilar-se na disputa do cargo, que é uma espécie de administrador do partido.
O candidato a presidente do MpD, Orlando Dias, afirmou que a atual liderança do partido tem medo das eleições internas, porque conhece os elevadíssimos índices de rejeição por parte dos militantes e que, por isso, de forma “dissimulada e desleal”, criou uma manobra de diversão para eleição de um novo secretário-geral do Partido.