Hoje, o PAICV fez entrar na Procuradoria-Geral da República (PGR) uma denúncia por indícios de corrupção no processo de concepção e edição dos manuais escolares, sob a responsabilidade da ministra da Educação, Maritza Rosabal.
O Estado enganou o próprio Estado? Tudo indica que é isto mesmo que aconteceu. O Ministério da Educação terá pago por um serviço que ao mesmo tempo declarou ter sido um donativo. Temos documentos que mostram uma presumível corrupção no negócio dos manuais escolares.
A sociedade cabo-verdiana, inadvertidamente, delega completamente ao Estado a cara decisão de fazer o que entende nas escolas. Logo, alguns agentes do Estado, com poder de decisão, têm-se habituado a decidir sem escutar ninguém.
Os polémicos livros de matemática vão permanecer no mercado “com erratas para os professores”, disse Maritza Rosabal ao Jornal da Noite. Hoje, está prevista uma manifestação a exigir, precisamente, a retirada desses manuais.
Ministra da Educação confirmou ontem, à TCV, que Adriana Mendonça queria deixar o cargo antes de eclodir a crise dos manuais. Hoje, o Ministério anunciou ter aceite o pedido de demissão.
Ulisses Correia e Silva garantiu hoje, 6, que os manuais de matemática vão ser retirados do mercado. Posição que contradiz a da ministra da Educação que ainda ontem reconfirmava ao país que esses livros escolares iriam continuar, com a inclusão de erratas.
Ou isto aqui anda tudo louco, ou Ulisses Correia e Silva traiu Maritza Rosabal. E isto, a ser verdade, é muito grave num partido que se afirma o pai da democracia em Cabo Verde.