A classificação da língua portuguesa como património cultural imaterial, numa altura em que a língua que é a maior expressão da nossa identidade cultural, do nosso modus vivendi e da nossa forma de ser e estar no mundo, vive no exílio na sua própria terra natal, revela-se um grande insulto, desdém e provocação aos falantes da língua cabo-verdiana.
A língua portuguesa, uma das cinco mais faladas no mundo, não precisa de ser promovida anulando outras. Pelo contrário, o português é hoje uma língua global e pluricêntrica só porque saiu de Portugal, se uniu a outras línguas e mostrou o seu dinamismo. É pelo respeito às outras línguas e aos seus falantes que promovemos a nossa!
A comunidade bissau-guineense radicada em Cabo Verde parece ser a mais numerosa das comunidades estrangeiras residentes nas ilhas sahelianas e, especialmente das comunidades africanas presentes desde os meados dos anos oitenta do século XX na paisagem e no dia a dia das ilhas de Cabo Verde e das suas gentes. A sua presença fez com que o caboverdiano das ilhas se visse obrigado a confrontar-se, com um outro que nele despertava sentimentos contraditórios: por um lado, de empatia pelos comuns sofrimentos e vulnerabilidades; por outro lado, de estranheza e, até, de repulsa, de xenofobia e...
Os cidadãos da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) vão poder entrar em Portugal sem autorização prévia do Serviço português de Estrangeiros e Fronteiras (SEF)) a partir desta quarta-feira, 01 de Março.
Como vaticinara um exímio professor da Língua Portuguesa da ESAD, Dr. Arnaldo Rodrigues, “ o amor é tudo o que Camões disse, é mais do que disse e nada do que disse.” Parece paradoxal, mas a verdade é que Camões, voou nas asas da imaginação e fez uso de metáforas, anáforas e antíteses para descrever os acessórios do amor, mas não chegou a essência, pois o amor não existe descolado de Cristo, a pessoa-amor. Sua vida de abnegação e entrega é uma inspiração. Seu sacrificio salvífico substituto chama-nos a depositar todo o nosso egoísmo, arrogância, afetação,...
Pode-se, pois, concluir que não subsistia em Amílcar Cabral qualquer confusão entre, por outro lado, a necessidade e a exigência estratégicas da unidade de acção político-militar entre guineenses e caboverdianos, numa primeira fase, e da sua eventual unificação orgânica futura numa pátria africana progressista e solidária, numa segunda fase, com, por outro lado, o amalgamento das identidades nacionais dos dois países africanos emergentes. Pelo contrário, as duas entidades são sempre distinguidas quer no plano da nomeação (“Guiné e Cabo Verde”), quer ainda nos planos...
Como é sabido, tanto a inicial matriz afro-negra e a sua re-alimentação étnico-cultural e étnico- racial, frequentemente ocorrida durante todo o período do tráfico negreiro, como também a primordial matriz euro-ocidental, depois re-actualizada como cultura colonial dominante, foram reelaboradas, ambas, na medida em que foram expurgadas do seu carácter estranho e estrangeiro e interiorizadas pelos actores sociais caboverdianos mediante os processos antropológicos e sociológicos que perfizeram a mútua diluição de ambas as co-matrizes culturais iniciais numa nova identidade...