A Polícia Nacional deteve três suspeitos de terem atingido a tiro, na noite de sábado, dois agentes da Polícia Nacional, estando um quarto ainda a monte, anunciou hoje o ministro da Administração Interna.
Revelou-se o enigma. Santiago Magazine e Hermínio Silves foram responder à notificação do Ministério Público, hoje, 26, e acabaram sendo constituídos arguidos por alegadamente terem violado o segredo de justiça com a publicação de um artigo sobre um processo criminal onde há indícios do envolvimento de Paulo Rocha, ministro da Administração Interna, no assassinato de um cidadão, no bairro de Cidadela, Praia, em 2014.
O Comité de Proteção de Jornalistas (CPJ) pediu às autoridades cabo-verdianas que desistam da investigação ao jornalista Hermínio Silves e ao Santiago Magazine que publicou uma notícia sobre a investigação do Ministério Público ao ministro da Administração Interna.
A Procuradoria Geral da República, através do Departamento Central de Acção Penal (DCAP), ordenou o “desentranhamento de todas as diligências desencadeadas pelo procurador Ary Varela”, no âmbito da investigação à morte de Zezito Deti d’Oru, em que estão arguidos inspectores-chefes da Polícia Judiciária por “homicídio agravado”, num processo que faz referência ao ministro da Administração Interna, Paulo Rocha, então director adjunto da PJ e alegado líder dessa operação.
Daqui a poucos dias vou ter de responder, perante o Ministério Público, por fuga de informação no processo que investiga a morte do cidadão Zezito Denti d’Oru, em que estão indiciados elementos da PJ, liderados, à época (2014), por Paulo Rocha, ex-espião, actual ministro da Administração Interna e ex-líder da operação da Judiciária que ceifou a tiros de metralhadora a vida de um ser humano. Ora, é este mesmo neurótico Ministério Público, que hoje me acusa num feroz ataque à imprensa, quem desencadeou a investigação a esse suposto extermínio de há sete anos sem dizer...
Foram feitas buscas, esta quarta-feira, 12, nas residências do procurador da República, Ary Varela, e do inspector-chefe da Polícia Judiciária, João Emílio, relacionadas com as investigações da Procuradoria Geral da República sobre violação do segredo de justiça no processo da morte de Zezito denti d’Oru, cuja operação foi liderada por Paulo Rocha, então director adjunto da PJ e actual ministro da Administração Interna.
O primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, reiterou hoje que mantém total confiança no ministro da Administração Interna, Paulo Rocha, e afirmou que não há nenhum motivo para o Governo pensar diferente e mudar a sua posição.