AS BOLAS E OS BALÕES ASSINALADOS
Ergue-se um homem sobre a planta dos seus pés, irmão do vento peregrino, das aves de voo largo em seus desígnios de lonjura. Menino ainda, demandou os caminhos da terra longe, qual se o ofício marinheiro do pai fosse um fado já no sangue incrustado. E haveriam de ser as maiores glórias conquistadas nas distantes terras do oriente — foi Pequim e chovia. Era Osaka e o céu da ilha vertia rumores benfazejos. Mas não cabe aqui a relação de todos os feitos, porquanto ninguém sabe se mais água tem o rio que incessantemente as despeja no mar, embora, heraclitianamente, jamais a mesma,...
Camaradas, eu jurei a mim mesmo, nunca ninguém me mobilizou, trabalhar para o meu povo, eu jurei a mim mesmo, que tenho que dar a minha vida, toda a minha energia, toda a minha coragem, toda a capacidade que posso ter como Homem, até ao dia em que morrer, ao serviço do meu povo, na Guiné e Cabo Verde. Ao serviço da causa da humanidade, para dar a minha contribuição, na medida do possível, para a vida do Homem se tornar melhor no mundo. Este é o meu trabalho.
Este texto é a versão integral da intervenção feita por José Luis Hopffer Almada por ocasião da realização pela Associação Caboverdeana de Lisboa do jantar literário de homenagem a Germano Almeida, no dia 16 de junho de 2018, Prémio Camões 2018, na presença do galardoado e familiares, do Embaixador e da Embaixatriz de Cabo Verde em Portugal, do Presidente da Direcção da Associação Caboverdeana, dos membros dos órgãos sociais da mesma Associação e dos numerosos participantes da mesma sessão cultural.
As candidaturas para a 1ª edição do prémio literário Arnaldo França, instituído pela Imprensa Nacional de Cabo Verde (INCV) e pela Imprensa Nacional Casa da Moeda (INCM), de Portugal, decorrem até 31 de Agosto.
Conheci o Carlos Vaz nos miraculosos anos oitenta do século passado, na cidade da Praia. Digo miraculosos porque foram tempos muito especiais, irrepetíveis na sua especificidade epocal. Desde logo, pela sua efervescência e pelos sinais de mudança que deles evolavam. Esses sinais eram por demais visíveis não só na vivacidade pós-laboral dos debates na Praça Grande da Cidade da Praia, onde se reunia a nata dos quadros cabo-verdianos recém-regressados dos estudos, no cada vez mais assíduo convívio com os panfletos nocturnos e na proliferação de grupos e movimentos...