Dois sindicatos de professores cabo-verdianos pediram hoje à Organização Internacional do Trabalho (OIT) que interceda junto do Governo para travar “práticas lesivas” contra a classe docente.
A ministra da Justiça, Joana Rosa, desvalorizou hoje o anúncio de greve dos guardas prisionais estagiários, justificando que há procedimentos a cumprir, pelo que o ministério está a trabalhar no sentido da normalização da situação destes agentes.
A democracia permite que V.E. revele as suas opiniões e suas visões, apresente seus indicadores nacionais e internacionais de classificação do país mas também deve, igualmente, aceitar as críticas, a manifestação de posições e visões diferentes e até opostas às suas como também tão legítimas e necessárias à composição do mosaico da pluralidade que é a democracia.
A situação é desastrosa em todos os níveis de ensino do pré-escolar ao nível superior: a principal universidade pública está há 20 meses com todas as suas contas bancárias penhoradas por ordem do tribunal por incumprimento de condenação a que lhe foi imposta e assim continuará até que efetivamente pague o que deve. A permanência do Ministro da Educação no cargo vai acirrar mais ainda a crispação entre os professores, seus sindicatos e o Ministério e melhorará as chances de aumentar o descontentamento popular contra o Governo e, consequentemente, contribuirá para piorar...
O novo Plano Carreiras, Funções e Remunerações (PCFR) apresentado pelo Governo vai a debate no Parlamento esta quarta-feira, 9, mas o PAICV já vai avançando que o diploma viola a Lei de Base do Sistema Nacional de Ensino. A UCID também anunciou hoje, 8, que irá votar contra, enquanto o MpD se diz aberto ao diálogo com os professores.
Enquanto o Ministério da Saúde surpreende a população ciclicamente com denúncias de casos cada vez mais espantosos como os casos das parturientes dos últimos diais, o Ministério da Educação surpreende pela normalização da constância da incapacidade de resolução dos mesmos velhos e conhecidos problemas!
...só mudando de postura se consegue conferir dignidade à classe docente, cativar os melhores e elevar a qualidade do nosso ensino. Como impedir que, todos os anos, professores continuem a abandonar as salas de aulas? Não podemos pretender fazer tudo igual e almejar resultados diferentes. Para o governo, negociar é uma chatice! Como seria maravilhoso não ter sindicatos, não ter protestos e não ter direitos laborais! Porém, os professores não podem ser descartáveis. E nem descartados. A bola está lá pelos lados da Várzea. Será que iremos conseguir sair dessa?