O vice-primeiro ministro e ministro das Finanças Olavo Correia, explicou hoje a polémica em torno da sua frase de que "Cabo verde tem dinheiro que não acaba". Segundo ele existe dinheiro nos bancos cabo-verdianos, mundiais e nas instituições internacionais, mas não para dar a ninguém e sim para ser canalizado às empresas que criem valores.
“Quando eu afirmei há dias que este país não tem restrições financeiras do ponto de vista de recursos, as pessoas ficaram chocadas, porque não são atentas. O recurso financeiro existe em todo o mundo e vai existir sempre e hoje é cada vez mais barato. As taxas de Europa e mundo estão negativas há mais de três anos”, afirmou Olavo Correia.
Conforme disse o ministro, o dinheiro existe nos bancos cabo-verdianos, nos bancos mundiais e nas instituições internacionais. Entretanto, ressaltou que aquilo que o país precisa é de “gente com ideias”, que querem empreender e têm capacidade de gestão.
O país necessita ainda, de acordo com Olavo Correia de gente que quer inovar para poder aceder a estes recursos, porque, completou, o acesso a recursos não é um acesso facilitado. “Como é evidente, é preciso de gente com capacidade para lá chegar”, frisou.
“O dinheiro não existe para dar a ninguém”, pontuou o ministro, explicando que a banca é das instituições que gerem o dinheiro dos outros e que “esse dinheiro tem que ser gerido com responsabilidade”.
Como explicou Olavo Correia, uma pessoa quando coloca o seu depósito no banco, põe 10, por exemplo, e é com esse 10 que a banca dá crédito a outra pessoa. Entretanto, prosseguiu, cada vez que a primeira pessoa for lá buscar o seu dinheiro o banco tem de ter lá o seu 10 disponível.
O dinheiro, segundo o ministro, existe para ser canalizado para as empresas que criem valores.
“Se eu lhe der 10 você tem que dar 20 à comunidade para criar valor. Não é para destruir valor. Há muita gente que pensa que o dinheiro existe para ser destruído, mas não”, prosseguiu Olavo Correia, acrescentando ainda que o dinheiro existe para se criar cada vez mais valor à economia e que, por isso, “é que os projectos têm que ser bem seleccionados”.
A gestão, no ponto de vista do ministro das Finanças, tem de dar as garantias de uma boa estrutura de governança cooperativa, prestar contas, publicar contas e que sejam auditáveis.
“Portanto, é preciso que as empresas reúnam as condições para ter acesso ao dinheiro. Não é só chegar e dizer, preciso de 10 mil contos”, finalizou.
Com Inforpress
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