Ponto de Vista

A disputa interna, para a eleição do novo presidente do PAICV (Partido Africano da Independência de Cabo Verde), tem desencadeado todos os tipos de opiniões e reações, nos últimos meses, logo após a grande vitória dos TAMBARINAS nas eleições autárquicas de dezembro de 2024. Tal fenómeno foi, com naturalidade, fomentado pelo surgimento, nada surpreendente, de quatro candidatos.

Primeiramente havia a dúvida sobre a possibilidade do atual líder, Rui Semedo, avançar ou não como candidato à sua própria sucessão. Com o mítico líder a “abrir mão” de um “trono”, outrora pouco invejável e até, de certa forma, “abandonado” pelos príncipes, logo após fazer história, dando nova vida ao PAICV, deu-se início ao “GAME OF THRONES”!

Francisco Carvalho, Presidente da Câmara Municipal da Praia, Nuias Silva, Presidente da Câmara Municipal de São Felipe – Fogo, Francisco Pereira, deputado nacional pelo círculo eleitoral da Europa e Jorge Spencer, Presidente da Câmara de Turismo de Cabo Verde, apresentaram-se, de pronto, como os legítimos herdeiros da coroa que irá ser deixada por Rui Semedo, no próximo dia 30 de março.

QUATRO CANDIDATOS, RISCO DE RUPTURA TOTAL OU DE COESÃO?

Vozes de preocupação vão fazendo eco, cada vez mais, devido ao facto de aparecerem tantos candidatos. Estas, ganharam ainda mais expressão com alguns ataques por parte dos apoiantes de cada candidato, entre si.

Este fogo cruzado, porém, é algo perfeitamente natural, sabendo que em disputa está, não só o cargo de presidente do maior partido de Cabo Verde, como também uma possível vitória nas legislativas de 2026. O resultado das autarquias de 2024 veio abrir os olhos de muitos que, só agora, descobriram que “A Bela afinal não é feia!”

Esta “guerra” entre os camaradas na verdade sempre existiu. Existiu no tempo do partido único, com a maioria dos que formaram o Movimento para a Democracia (MPD) a saírem do seio do PAICV; existiu nos 15 anos de José Maria Neves como Primeiro-Ministro; existiu com Janira Hopffer Almada e com Rui Semedo; existe agora e sempre há de existir!

A esta “guerra” chama-se DEMOCRACIA!

Estamos perante a mais alta demonstração de democracia entre os apoiantes, militantes e simpatizantes do PAICV. A troca de acusações é dispensável, os galhardetes são dispensáveis, o desrespeito é abominável e imperdoável, mas não deixam de fazer parte da democracia. SEM UTOPIAS!

Disputar um cargo tão nobre, tão alto e, acima de tudo, tão apetecível, como o atual cargo de presidente do PAICV, não poderia nunca ser pacífica, nem muito menos “politicamente correto”! NINGUÉM QUER PERDER!

NO FINAL TEREMOS UM PAICV MAIS FORTE DE TODOS OS TEMPOS!

“E se de dia a gente briga, a noite a gente se ama…”

Abre-se uma grande janela de oportunidade para o grande PAICV atingir o grande auge da sua história e seguir subindo! Os meninos dos anos 90 são agora homens, os jovens de agora são habilitados e preparados para assumirem maiores responsabilidades, a experiência acumulada pelos pioneiros do partido é imensurável!

A mescla de gerações do partido só poderá resultar num grupo cada vez mais forte e mais preparado para assumir o País. A dor da separação encravada no coração de cada camarada, após 2012 e consumada em 2016, trouxe mais sabor ainda à cura pré-anunciada em 2024!

De fora para dentro eu aplaudo o momento do meu partido!

De dentro para fora eu aplaudo o futuro do meu partido!

CHEGOU A HORA DO PAICV!

ESTAMOS MAIS VIVOS DO QUE NUNCA!