166 anos após a morte de  AUGUSTO COMTE: O fundador da “RELIGIÃO DO AMOR”
Ponto de Vista

166 anos após a morte de AUGUSTO COMTE: O fundador da “RELIGIÃO DO AMOR”

A filosofia de Comte pode ser considerada como uma reação conservadora à Revolução Francesa (1789), colocando-se no caminho contra evolucionário, quer participar da reconstrução instituindo a ordem de maneira soberana. A palavra Ordem significa ao mesmo tempo arranjo e mando. É ele mesmo que afirma: “Nenhum grande progresso pode efetivamente se realizar se não tende finalmente para a evidente consolidação da ordem”. Seu conceito da ciência é o de um saber acabado, que se mostra sob a forma de resultados e receitas. Tendo colocado a ciência positiva como o ápice da vida e do conhecimento humanos Comte prossegue estabelecendo uma série de postulados aos quais ciência deve se conformar. O principal deles é que a ciência deve assegurar a marcha normal e regular da sociedade industrial. Ora, ao fazer isso, Comte troca a teoria filosófica do conhecimento por uma ideologia. Com a religião positivista Comte mostra-nos mais uma vez seu lado ambíguo: trata-se de uma racionalização do sagrado ou de uma sacralização do racional.

Isidore Auguste Marie François Xavier Comte, filósofo e matemático francês, nasceu em Montpellier a 19 de janeiro de 1798. Fez seus primeiros estudos no Liceu de Montpellier, ingressando depois na escola Politécnica de Paris. Depois disso foi então estudar medicina em Montpellier, mas logo regressou a Paris, onde passou a viver de aulas e colaborações em jornais.  “Ele é considerado como o primeiro filósofo da ciência no sentido moderno do termo. Comte também é visto como o fundador da disciplina acadêmica de Sociologia.”

Em 1818 foi discípulo de Saint-Simon, de quem seguiu a orientação para o estudo das ciências sociais, mas com o qual se indispôs em 1824. Em 1826, começou a elaborar as lições do Curso de Filosofia Positiva, sofrendo, porém, sério esgotamento nervoso, viu-se obrigado a interromper seu trabalho. Já recuperado, publica, de 1830 a 1842, sua primeira grande obra: Curso de Filosofia Positiva, constituída de seis volumes.

A partir de 1846 toda sua vida e obra passaram a ter um sentido religioso. Desligou-se do magistério, dedicando-se mais às questões espirituais. Deixou de ser católico e fundou a religião da Humanidade. Para propagar sua nova religião, manteve correspondência com monarcas, políticos e intelectuais de toda classe, tentando por em prática suas ideias de reformador social. Emitiu sucessivamente as ideias da “virgem mãe”, a adoração da humanidade, da organização da sociedade pela ciência.

Sociologia que a princípio Comte denominou “Física Social “é um vocábulo criado por ele no seu Curso de Filosofia Positiva. Para Comte, a sociologia procura estudar e compreender a sociedade, para organiza-la e reforma-la depois. Acreditava que os estudos das sociedades deveriam ser feitos com verdadeiro espírito científico e objetividade.

O pensamento de Comte provocou polêmicas no mundo todo e reformulações de teorias até então incontestáveis. Sua influência foi imensa quer como filósofo social, quer como reformador social, principalmente sobre os republicanos brasileiros. Lema da Bandeira Nacional “Ordem e Progresso”, criado por Benjamin Constant, é de inspiração Comtista.

O lema que resume o positivismo: A Religião da Humanidade, fundada por Augusto Come, sobre a Angélica inspiração de Clotilde de Vaux, pode ser indiferentemente caracterizada como a religião do Amor, a Religião da Ordem ou a Religião do Progresso; O Amor procura a Ordem e leva ao Progresso; A Ordem consolida o Amor e dirige o Progresso; O progresso desenvolve a Ordem e conduz o Amor, donde a sentença característica do Positivismo: “O Amor por princípio, a Ordem por base e o Progresso por Fim”.

Augusto Comte morreu em Paris a 5 de setembro de 1857. O século XIX é caracterizado por duas correntes filosóficas: o Idealismo na primeira metade e na segunda metade pelo Positivismo. A revolução Industrial no séc. XVIII, expressão do poder da burguesia em expansão, demonstrou a eficácia do novo saber inaugurado pela ci6ncia moderna no século anterior. Ciência e técnica tornaram-se aliadas, provocando modificações no ambiente humano jamais suspeitadas. De fato, basta lembrar que antes do advento da máquina a vapor, usava-se a energia natural (força humana, das águas, dos ventos., dos animais) e, por mais que houvesse diferenças de técnicas adotadas pelos diversos povos através dos tempos, nunca houve alterações tão cruciais como as que decorreram da Revolução Industrial.

A exaltação diante desse novo saber e novo poder leva à concepção do cientificismo, segundo o qual a ciência é considerada o único conhecimento possível e o método das ciências da natureza o único válido, devendo, portanto, ser estendido a todos os campos da indagação e atividades humanas. Neste clima, desenvolve-se no século XIX o pensamento positivista, que tem Augusto Comte como principal representante.

Comte fez uma classificação das ciências: matemática, astronomia, física, química, biologia e sociologia. O critério da classificação vai de mais simples e abstrata, que é a matemática, até a mais complexa e concreta que é a sociologia. “E essa ordem não é apenas lógica, mas cronológica, pois foi nessa sequência que elas aparecem no tempo.” A sociologia de Comte gira em torno de núcleos constantes, como a propriedade, a família, o trabalho, a pátria, a religião. Exclui a preocupação com uma teoria do Estado e com a economia política.

A filosofia de Comte pode ser considerada como uma reação conservadora à Revolução Francesa (1789), colocando-se no caminho contra evolucionário, quer participar da reconstrução instituindo a ordem de maneira soberana. A palavra Ordem significa ao mesmo tempo arranjo e mando. É ele mesmo que afirma: “Nenhum grande progresso pode efetivamente se realizar se não tende finalmente para a evidente consolidação da ordem”. Seu conceito da ciência é o de um saber acabado, que se mostra sob a forma de resultados e receitas.

Tendo colocado a ciência positiva como o ápice da vida e do conhecimento humanos Comte prossegue estabelecendo uma série de postulados aos quais ciência deve se conformar.  O principal deles é que a ciência deve assegurar a marcha normal e regular da sociedade industrial. Ora, ao fazer isso, Comte troca a teoria filosófica do conhecimento por uma ideologia. Com a religião positivista Comte mostra-nos mais uma vez seu lado ambíguo: trata-se de uma racionalização do sagrado ou de uma sacralização do racional.

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