Meu eterno afã pela Pasárgada

Os países colossais ampliam o horizonte e cintilam a visão do ser humano. Pelo contrário, os istmos e vaus de ambíguos e esguios territórios carcomem, atrofiam e apequenam a dimensão de humanas criaturas. Ainda que patriotas e nimbados pensadores. Por isso, volto a implorar ao celestial Dom de Ubiquidade, o sapientíssimo estelar, aqui na pele do Arquétipo dos Anjos da minha imbele freguesia – Oh cabrestante potestade, passai-me o Brasil, Argélia, RDC, Sudão, Angola e Moçambique, por exemplo. E quiçá Rússia, Canadá, Estados Unidos, China, Austrália e Índia. E todos juntos,...

Repouso do Guerreiro

Estou exausto e combalido. A minha casa de eremita está a ser reconstituída, a toda a brida. E nela, retirado dos prazeres do mundo, afasto-me dos pecados da cidade. Será o meu casulo de inexcedível predileção, para retiro meditativo. Depois de imensos anos a combater, para trazer a meu contendo um sovina certificado de sobrevivência, é hora de pendurar a oirada espada, para deixá-la enferrujar a seu magnífico talante. Na minha estância de aprimoramento, renunciarei todos os istmos e vaus, com as suas vielas e sórdidas baiucas, que sempre foram nota dominante do meu percurso....

DIÁRIO DE UM RESISTENTE – CONTINUAÇÂO

Como já supra dei a nota, a assanhada mania de me atormentar, para tirar a paz de espírito e manter-me sob as patas de trânsfugas e lampiões, com maldosas insinuações, apupos e sevícias,de insolentes ratazanas, para me prejudicar e destruir, ainda mais, nunca deixou de agudizar, por mais de 30 anos a eito. Os abjetos e sicários de sarjeta não largam a falsa cantilena nunca jamais. É de um profundo descaramento mentir por mais de trinta anos sem parar. E é um gritante caso de estudo, um motivo para chorar, nestes 50 anos de abril, que deveria ser feriado em toda a esfera dos PALOP....

A (Re)construção do cânone literário caboverdiano pelo olhar das antologias - Quarta Parte

De tudo o que vem dito pode-se, pois, concluir que tem sido de grande importância e insofismável relevância a domesticação pelos escritores caboverdianos das muitas formas literárias do português, quer nas suas feições do chamado português literário caboverdiano utilizado pela generalidade dos ficcionistas islenhos; quer no seu coloquial desassombro crítico e satírico, nas suas iconoclastas mitografias e desconstruções dos ícones da herdada mitologia greco-latina, com Arménio Vieira, ainda que com (quase) integral e irrestrita manutenção e cabal utilização do padrão...

Carta aberta. A minha desvinculação da Academia Cabo-verdiana de Letras*

"Com todo o impoluto respeito pela Academia e pelas dedicadas figuras que nela congregam o seu esforço, com engenho, talento e suor oficinais, dando o melhor de si para o engrandecimento da literatura em prol do país, não aturo me por de molho e assobiar para o lado, defronte de tamanha hóstil afronta."

Às incensadas gentes da nossa terra I

«Faca que não corta, pena que não escreve, amigo que não serve, que não serve, que se perca, pouco importa». Do inesquecível micaelense, Herculano Delgado Freire.

Crónica -Testemunho III

Indo na esteira do rumo traçado para este singelo desabafo e à guisa de conclusão, sou a acrescentar que o cidadão, o verdadeiro dono do poder, raras vezes chega ao gabinete do seu representante. Quando assim acontece, a visita é astutamente encurtada, com a fastidiosa e manifesta falta de tato: - «Vá direto ao assunto». O truque visa quebrar o entusiasmo inicial e não deixar a pessoa à vontade. Claro, isto para os felizardos que ainda têm o privilégio de entrar em contacto com esses fulanos de estufa e de redoma. Os que deviam ser encarregados dos negócios do seu patrício, os...