A líder do PAICV insiste com o processo TACV e quer tudo a limpo, com a disponibilização dos seguintes documentos legais: relatório de avaliação da empresa; composição da equipa do estudo; composição da unidade de acompanhamento do processo; e estudo que consegue demonstrar as vantagens do ajuste direto. A obrigatoriedade da partilha destes documentos, alega Janira Hopffer Almada, "está prevista na lei das privatizações e é absolutamente fundamental para se aferir da bondade ou não deste negócio do Estado, e logo, dos cabo-verdianos".
Em carta dirigida ao vice-primeiro ministro e ministro das Finanças, Olavo Correia, cujo teor Santiago Magazine teve acesso, Janira Hopffer Almada, pede ao Governo cópia do contrato de venda da TACV "para efeitos de conhecimento e análise". É um pedido com carácter de urgência e vai coberto pelo artigo 65 do Regimento da Assembleia Nacional.
Em Conferência de Imprensa na capital do país, esta segunda-feira, 4 de março, o PAICV reage ao processo de venda da transportadora aérea nacional – TACV - afirmando que Cabo Verde está perante o “Governo mais intransparente da República". O maior partido da oposição faz, neste particuçar, referência às cláusulas de confidencialidade firmadas com a Icelandair, à relutância do Governo em divulgar o contrato e os valores em causa no negócio e à violação da lei das privatizações.
O contrato de compra e venda de 51% de ações da TACV Internacional já foi assinado entre o Governo e Loftleidir Cabo Verde, subsidiária da Loftleidir Icelandic. Tudo confidencial. Ninguém sabe por quanto foi vendido e nem os termos em que tal negócio foi feito. O governo não dá cavaco a ninguém, mas pede que o país festeja com ele. Assim, sem mais nem menos.
Fontes do jornal Santiago Magazine garantem que a CVTelecom não está de boa saúde financeira, e que o Conselho Diretivo da empresa, na sua última reunião realizada neste mês de fevereiro, terá deliberado pela entrada do INPS e um grupo de empresários no capital social, repartindo pelo meio os 40% de acções da operadora brasileira, Oi, hoje em litígio. Ou seja, o INPS poderia assumir 20% e os restantes 20% ficariam com um grupo de empresários, cuja identidade as fontes deste diário digital não revelaram.
Na semana em que a Oposição no Parlamento questionou o Governo sobre o estado da comunicação social, Carlos Santos, presidente da Associação dos Jornalistas de Cabo Verde, que também é sindicato da classe, faz o diagnóstico do sector, prognosticando tempos difíceis até o fim do mandato deste Executivo, alertando que “nenhum Governo deveria assenhorear-se da RTC como uma coutada, é um serviço público.”
O primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, volta hoje ao parlamento para o debate mensal com os deputados da Nação sobre a situação social e ambiental do país, sob proposta da União Cabo-Verdiana Independente e Democrática (UCID).