...só mudando de postura se consegue conferir dignidade à classe docente, cativar os melhores e elevar a qualidade do nosso ensino. Como impedir que, todos os anos, professores continuem a abandonar as salas de aulas? Não podemos pretender fazer tudo igual e almejar resultados diferentes. Para o governo, negociar é uma chatice! Como seria maravilhoso não ter sindicatos, não ter protestos e não ter direitos laborais! Porém, os professores não podem ser descartáveis. E nem descartados. A bola está lá pelos lados da Várzea. Será que iremos conseguir sair dessa?
Se há 20 ou 30 anos atrás um eleitor poderia ficar satisfeito com a inauguração de um chafariz ou instalação de um poste de luz público, agora o nível de exigência desse mesmo perfil de eleitor é completamente diferente e nem sempre os governantes estão em sintonia com as suas exigências, por isso, se explica o aumento da insatisfação com a democracia. As greves e manifestações que povoaram o nosso cenário social nestes últimos anos, por exemplo, a greve dos professores nos dias 19 e 20/09/24, se inserem nesse contexto de uma nova realidade política e social que requer uma...
Vários estudos feitos têm demonstrado que o fator mais importante para a Qualidade da Educação são os Professores e, logo de seguida, as Direções das Escolas, ou melhor: as Lideranças das Escolas. Sabemos como os Diretores e os Delegados são escolhidos neste país! Não se acautela, minimamente, a questão da Qualidade e, logo, o que impera é o AMADORISMO! Ora, não faz sentido estarmos a inventar lemas e mais lemas, e fazer retóricas discursivas sobre a Qualidade, quando as práticas quotidianas, relativas à Organização e Administração Educacional, carecem de sofisticação...
As reuniões entre o Governo e sindicatos de professores terminaram sem entendimento e uma greve dos docentes mantém-se convocada para quinta e sexta-feira, anunciaram os sindicalistas.
Um grupo de professores de diversos municípios da ilha de Santiago reuniram-se numa manifestação pelos seus direitos, à margem do acto central da abertura do novo ano lectivo 2024/2025, realizado hoje em São Lourenço dos Órgãos.
...o governo de Ulisses Correia e Silva e a turma neoliberal que o vem acompanhando desde que assumiu a liderança do MPD, corria o ano de 2013, convive muito mal com a liberdade sindical e com os direitos dos trabalhadores, embora o disfarce com um discurso aparentemente democrático e garantista. Para os neoliberais, o mundo seria bem melhor sem sindicatos, sem protestos, sem direitos laborais e com a revisão total do Código do Trabalho, permitindo os despedimentos sem regras e instituindo o trabalho sem direitos.
Perante a eminência de uma nova jornada de lutas sindicais com manifestações e greves, ante um Governo insensível e cada dia mais fraco, os potenciais resultados eleitorais desfavoráveis nas autárquicas que já eram previsíveis, provavelmente, serão ainda piores devido as ondas de descontentamento que se espalha pelo país e que a greve provoca e, principalmente, pelo nível de simpatia, prestígio e apoio que os professores e seus sindicatos souberam construir ao longo do tempo. Bom ano letivo a todos e “sem djobi pa lado” o Governo apressou a sua chegada ao banco da oposição!...