O Governo cobrou os 48 mil contos (461 mil dólares) referentes aos 51% das acções adquiridas pela sua ex-parceira estratégica Icelandair no âmbito da privatização da TACV, pelo que irá pagar ao grupo islandês 1,46 milhões de dólares em vez dos 2,07 milhões antes exigidos pelos europeus junto do Tribunal Internacional de Arbitragem, após o Governo ter rompido unilateralmente o contrato de parceria estratégica. O acordo entre as partes foi conseguido esta semana.
O primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, anunciou hoje um entendimento com os investidores islandeses que até julho de 2021 lideraram a companhia aérea de bandeira TACV, então renacionalizada. Segundo o chefe do Governo, Cabo Verde saiu em vantagens nesse entendimento.
O deputado e secretário-geral do PAICV denunciou hoje que a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), criada para averiguar o processo de privação da TACV, está com dificuldades devido à “falta de colaboração” do Governo.
O ex-presidente da Transportadora Aérea Cabo-verdiana (TACV) José Sá Nogueira recordou hoje as dificuldades por que passava a companhia aérea em 2016 e a “enorme pressão” do Banco Mundial para a sua liquidação.
O total de avales emitidos pelo Estado para garantir empréstimos pedidos por empresas públicas aumentou 22% de 2020 para 2021, ultrapassando 19,6 milhões de contos (178 milhões de euros), equivalente a 10% do Produto Interno Bruto (PIB) de Cabo Verde.
A companhia aérea TACV registou prejuízos de quase 1 milhão e 400 mil contos (12,5 milhões de euros) em 2021, ano em que foi renacionalizada e apenas realizou voos nos últimos dias de dezembro, segundo dados do Ministério das Finanças.
O Governo atribuiu um aval do Estado para um empréstimo de 165.390.000$00 (1,5 milhão de euros) à companhia aérea TACV, face a “necessidades de emergência”, como o pagamento de salários, segundo resolução do Conselho de Ministros de 26 de fevereiro.