PAN-AFRICANISMO E LEALDADE BIPARTIDA (OU CISSIPARIDADE PÁTRIDA) ENTRE OS LETRADOS NATIVISTAS E REGIONALISTAS CABOVERDIANOS E ENTRE OS INTELECTUAIS NACIONALISTAS E INDEPENDENTISTAS CABOVERDIANOS - IV Parte

Na nossa modesta e muito provisória opinião de leigo nas matérias da sociologia das migrações e da antropologia cultural, mas de interessado, desejavelmente informado, em questões de identidade caboverdiana, propugnamos que deveriam os responsáveis e os demais interpelados pelas políticas de defesa e preservação da caboverdianidade extrair as lições positivas dessa situação de perdas e de ganhos identitários, proporcionados pela assimilação (incluindo a descendente) às culturas dos países natais de acolhimento das novas gerações das diásporas caboverdianas e apostar,...

Uma selvajaria civilizacional. [O caso da Escola Portuguesa da Praia]

Há pouco tempo os jornais portugueses noticiaram fartamente e com assinalável alarido a agressão à chapada que a diretora da Escola Portuguesa, Susana Maximiano, tinha sofrido, tendo apresentado queixa junto das autoridades competentes. Fez ela muito bem, pois Cabo Verde é (ou deveria ser) um país de lei e justiça, e por isso repudiamos qualquer tipo de agressão ou coação física (ou psicológica, como tem estado a acontecer com os alunos cabo-verdianos da EP). No entanto, a senhora Susana Maximiano e a Escola Portuguesa vêm esbofeteando contínua e impunemente, com a conivência...

O caso Amílcar Cabral. Apontamentos críticos a propósito do princípio e do projecto da unidade Guiné-Cabo Verde - Oitava Parte

No caso da ocorrência do hipotético, ficcionado e imaginário cenário de sobrevivência do PAIGC ao golpe de Estado militar de 14 de Novembro de 1980 e, assim, da continuidade desse partido-movimento de libertação no poder como organização política bi- e supra-nacional, seria de se antever que o PAIGC bi-nacional seria necessariamente vituperado, causticado e varrido, quiçá irremediável e irremissivelmente, do solo das ilhas, em razão dos espantalhos chauvinistas anti-africanistas e soberanistas de teor racista eurocêntrico e luso-crioulista que necessariamente seriam...

O caso Amílcar Cabral. Apontamentos críticos a propósito do princípio e do projecto da unidade Guiné-Cabo Verde - Quarta Parte

O regresso apoteótico de Aristides Pereira a Cabo Verde com o seu desembarque no aeroporto da Praia, a 27 de Fevereiro de 1975, e, depois, o seu regresso definitivo ao país natal com vista à assunção do cargo de Presidente da República de Cabo Verde, mesmo se conservando o altíssimo cargo supra-nacional de Secretário-Geral do PAIGC e, deste modo, a pretensão a uma futura Presidência de uma eventual República Unida da Guiné e Cabo Verde, bem assim os demais actos acima mencionados são de indubitável importância, quer para o condicionamento da abertura de uma via que se...

A (Re)construção do cânone literário caboverdiano pelo olhar das antologias - Terceira Parte

Creio que já é tempo e, por isso, urge a organização (de preferência pela Academia Cabo-Verdiana de Letras em eventual parceria com o Instituto da Biblioteca Nacional, com as Universidades e as muitas editoras caboverdianas privadas actualmente existentes no país e na diáspora) de uma antologia de poesia caboverdiana em língua caboverdiana bem como de duas novas antologias temáticas da poesia caboverdiana, desta feita com propósitos verdadeiramente antológicos no sentido da consagração dos melhores exemplos dos vários paradigmas ou cânones que marcaram e vêm marcando a...

Uma abordagem crítica do romance A ÚLTIMA LUA DE HOMEM GRANDE, de Mário Lúcio Sousa - Parte III

Lendo o romance A Última Lua de Homem Grande a par do livro Amílcar Cabral (1924-1973)- Vida e Morte de um Revolucionário Africano e do livro O Fazedor de Utopias-Uma Biografia de Amílcar Cabral, nas suas partes respeitantes à infância e à adolescência de Amílcar Cabral, fica-se com a impressão que estamos face a um menino super-dotado, a um menino-prodígio, tão agarrado aos estudos que diverge completamente da imagem que normalmente se tem dos retardados escolares, isto é, daqueles que ingressam na escola perfazendo idades muito superiores às dos demais condiscípulos e colegas...

Casa Cabo Verde, em Londres. Encontro /Convívio – “A minha escrita”  

Desde muito cedo, passei a escrever as minhas reflexões sobre a vida e o decurso do quotidiano. Considero que escrever é a minha missão. Escrevo como contributo para deixar o mundo um pouco melhor do que aquele que encontrei e no qual vivo. Donde me vem a força para realizar esta missão? A força que tenho vem do canto, das lágrimas, da oração, da escuta e do silêncio. Sempre foi assim. Hoje em dia já não consigo chorar… Mas carrego comigo a coragem e o entusiasmo para enfrentar a vida e seguir em frente.