"Se alguma entidade pública cair na tentação estatística a pensar em votos, e vender a fartura, terá uma decepção. Por exemplo, a Câmara Municipal da Praia[i] em querer apresentar que está tudo a correr bem; acabando traindo a si mesmo, é sintomático deste efeito político a sobrepor-se sobre ao real sucesso: “Só neste período de pandemia, já chegámos a mais de 40 mil famílias, em 60 bairros do município, distribuindo perto de 9.000 cestas básicas para o apoio a pessoas nesta hora tão difícil.” Dividindo 6.000 cestas básicas para 40.000 famílias...
A boa vontade das pessoas tem levado “certas pessoas” a defenderem, quase de uma forma obrigatória, a solidariedade totalitária para com o nosso irmão que mais precise, esquecendo, ou procurando confundir os outros, relativamente às responsabilidades governamentais neste processo, visto que, fora assumido que as famílias mais vulneráveis e os profissionais teriam o devido apoio para que ninguém pudesse ficar de fora e que pudessem ficar em casa e ajudar, assim, a ultrapassar esta pandemia.
A partir de agora vai, a todo custo, passar a ideia de que os outros é que estão e fazem política, que ele é um Civil/Voluntário, imaculado, ao serviço da nação, que não tem nada a ver com política partidária, que não é presidente de um partido, nem está por dentro das estratégias políticas que o MpD traça nos bastidores. Propõe esquecer da democracia e pede tréguas à oposição democrática.
Na sequência da realidade pandémica do COVID19 que vivemos no país, o Governo de Cabo Verde tomou algumas medidas de caracter laboral, linhas de créditos, medidas sociais através de distribuição de cestas básicas, de entre outras. As mesmas são dirigidas às empresas, ao sector informal, as pessoas mais vulneráveis, etc.
Assiste-se hoje um pouco por todo o mundo, a uma forte mobilização de recursos públicos para fazer face à pandemia do Covid-19. O Estado, sobretudo o dos países neoliberais, empenha-se na implementação de medidas radicais para preservar a economia, ou melhor “salvar o mercado livre”. Será esta mobilização um sinal do regresso do “Estado-intervencionista”? A intervenção do Estado perante a fraca resiliência e incapacidade do mercado em lidar com a “crise”, significará o fim do reinado da deusa “Mão invisível” do mercado capitalista...
Lê-se na nota/refª27/DNE/2020 um conjunto de orientações aos delegados sobre a implementação de “Ensino à Distância”, como alternativa face à situação do COVID-19 em Cabo Verde. Notícia surpreendente para muitos. Por exemplo, José Rito Teixeira fala de miopia na educação (in Terra Nova: 15/04/20). Porém, a mim não foi surpresa, pois na minha memória estão ainda a ferver os vários “tombos”/ziguezagues/falhas crassos dos últimos quatro anos deste tão importante setor. Quem não se lembra por exemplo do “caso manuais escolares” e da “taxa de 1.000$00 na...
Não esquecendo as seguintes pandemias: Peste Negra em 1347 a 1353 com 50 milhões de mortos; Cólera em 1817 a 1824 com quase 1 milhão de mortos; Tuberculose em 1850 a 1950 com 1 bilião de mortos; Varíola em 1896 a 1980 com 300 milhões de mortos; Gripe Espanhola em 1918 a 1919 com 20 milhões de mortos; Tifo em 1918 a 1922 com 3 milhões de mortos; a pandemia de Covid 19 é considerada por especialistas em matérias de saúde, economia e política, a maior crise mundial desde 1919 e tem provocado impactos sem precedentes no parâmetro socioeconómico no mundo.