Miguel Monteiro, deputado e secretário-geral do MpD, socorre-se de textos bíblicos para rejeitar a legalização de casamento entre pessoas do mesmo sexo. Está a ser acusado sobretudo de não conhecer a Constituição da República de um país laico.
Certo dia, um amigo meu que é estrangeiro disse-me que Cabo Verde faz-lhe lembrar o Brasil nos anos sessenta, onde os miúdos jogavam a bola de meia nas ruas de São Paulo. Tentei explicar-lhe que Cabo Verde deu um grande pulo em termos de desenvolvimento social, desde que foi libertado dos colonos em condição inviável. E que com muito trabalho, suor e sacrifício, conseguimos transformá-lo num pais viável. Senti-me ofendido, quando constatei que lhe custava entender o meu orgulho em justificar a viabilidade de Cabo Verde.
Ex-presidente do PAICV reage ao texto de Domingos Cardoso publicado ontem, 8, por Santiago Magazine. Admite erros do passado, mas diz que se não tivesse tomado medidas para a reconciliação interna pós-presidenciais 2011, as eleições directas no partido em 2014 estariam em risco.
E de repente a democracia cabo-verdiana se descobre num terreno pantanoso. E o perigo de se afogar no lodaçal do imediatismo e das oportunidades conjunturais é hoje uma hipótese cada vez mais real, evidente, verificável, não exigindo qualquer esforço de análise ou estudo mais aprofundado, só possíveis aos mais avisados. Porque o povo já deu conta do estado das coisas e não está contente com o que passou a ver e a perceber.
São Vicente deu, como sempre, o primeiro passo. Algumas ilhas seguiram-lhe o exemplo. Quem não seguiu desta vez irá na próxima e assim sucessivamente. É o despertar de um país que continuava sob estado de "coma político profundo". No final teremos um país inteiro nas ruas a manifestar-se e cada uma das ilhas a exigir uma fatia do bolo à Santiago. Até aqui nada de anormal, e parafraseando os políticos quando questionados sobre o assunto, responderam: "a democracia significa liberdade e o direito de se expressar livremente". Creio que não é bem assim, oh senhores políticos. O...
A manifestação popular em São Vicente, prevista para amanhã, 5 de Julho, já contagiou outros pontos do país. Em Chã das Caldeiras (Fogo) e no Sal há gente disposta a sair às ruas.
Exmo. Senhor Director