Tendo abandonado a promessa de descentralização do país, uma das suas principais bandeiras eleitorais de 2016, oito anos depois, em vésperas de eleições autárquicas, o governo de Ulisses/MpD vem ressuscitar a narrativa do “desenvolvimento sustentável” das ilhas, da “proteção dos recursos naturais” e da “promoção de um ambiente económico mais inclusivo e competitivo”, e debater “novas leis e estatutos”, prometendo “transformar profundamente o panorama económico e social da Boa Vista”.
“Um dos principais desafios prende-se com a necessidade de mobilização de recursos financeiros para financiar o desenvolvimento sustentável de Mosteiros”, começa desde logo por constatar Fábio Vieira, presidente da Câmara Municipal dos Mosteiros, que vai concorrer a novo mandato nas eleições deste ano. Neste exclusivo ao Santiago Magazine o autarca afirma que o atual estatuto dos municípios está desfasado no tempo e, como tal, precisa ser adequado. Mas, adverte, “o novo estatuto dos municípios não deve apenas se centrar na transferência de mais competências e poderes às...
O debate da Regionalização do país voltou a emergir nos derradeiros anos. Periodicamente, tem-se retomado a discussão do assunto, se bem que sem consequências de maior. O tema regionalização mexe com interesses. Por isso, não é pacífico. Pois, trata-se de construir uma forma diferente de distribuição de poder e, nesse processo, há quem ganhe e quem perca.
Não pode Santiago avançar se se continuar com a narrativa de que santiago já tem tudo, e que deverá ser o saco de pancada para a descentralização/regionalização e autonomias no país, quando, na verdade, a cintura da Praia e boa parte do Santiago norte e sul detêm os piores índices de desenvolvimento do país!!! As assimetrias de desenvolvimento estão aí mesmo e não devem continuar a ser discursos balofos e populistas contrários de muitos dirigentes nacionais!
O Presidente da República chega hoje à ilha do Fogo para uma visita de um dia, no quadro das comemorações do centenário da elevação de São Filipe à cidade e de descentralização das actividades da Presidência.
A Agenda 2030, apesar de ter uma ambição global, é, em essência, uma agenda bem focada na “ação local”, no nível mais baixo de descentralização em que os formuladores de políticas podem exercer seu papel por meio de ações baseadas em uma "análise concreta de realidade”. Conhecimento da dinâmica interna de uma sociedade, como a importância de sua orografia, sua hidrologia, seu socioeconomico, festas de romaria sua oferta turistica, paisagista e culinária se são economicamente dependentes de determinados recursos e até mesmo suas dinâmicas socioculturais predominantes,...
...de forma sucinta, atrevo dizer que Santiago (podia mencionar outra qualquer ilha que não a da sede do setor do mar), não tolerará mais um governante sequer que venha implementar esse programa louco (no dizer do autor de um artigo recente sobre as «pescas sem piloto» em Santiago) de concentrar tudo numa ilha (é isso a regionalização, a descentralização!?) só que, aliás, em termos relativos, já tem tudo o que as outras ilhas não têm no setor do mar: miríade de instituições, infraestruturas (algumas previstas de luxo, desnecessária e não-prioritária nos portos da Praia e...