O Presidente da República, José Maria Neves, expressou hoje desagrado com a abstenção de Cabo Verde na votação realizada terça-feira, 12, na Assembleia Geral das Nações Unidas, sobre a proposta de um cessar-fogo imediato em Gaza. Em comunicado oficial, o chefe de Estado destacou que tal posição não se coaduna com os princípios fundamentais que regem a República de Cabo Verde.
O Presidente da República, José Maria Neves, disse hoje que estranhou o encontro entre o seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, e o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, na ilha do Sal, e promete tomar medidas.
O povo precisa acompanhar de perto as ações e omissões deste Governo e avaliá-lo com o máximo de rigor no momento oportuno e fazer valer o poder da soberania que detém.
O primeiro-ministro disse hoje haver espaço para negociações face à ameaça de greve de professores e profissionais de saúde que pedem melhorias salariais e de carreira.
Cabo Verde é um exemplo de um país que busca uma política externa equilibrada, mantendo relações com uma variedade de parceiros internacionais e promovendo a paz e a estabilidade na arena global. A abstenção na votação do Conselho da ONU é uma demonstração de sua abordagem pragmática e diplomática para a resolução de conflitos, em vez de tomar partido em um conflito altamente polarizado.
O Presidente da República, José Maria Neves, voltou hoje a comentar as acções do Governo de Ulisses Correia e Silva (MpD), afirmando que este tem “sido muito tímido na informação e articulação, agindo sozinho, como se isso fosse mais proveitoso para o país”. Esta afirmação foi hoje feita pelo Chefe de Estado numa publicação feita na sua página do Facebook intitulada “Ainda a propósito da abstenção de Cabo Verde nas Nações Unidas”. O PR já tinha dito estranhar a abstenção do país na resolução na ONU sobre corredores humanitários em Gaza.
O PAICV avaliou a abstenção de Cabo Verde à resolução da ONU que apela, sobretudo, a uma pausa humanitária para assistência aos civis, como manifestação de uma “revoltante ausência de sensibilidade” para com o povo palestino.