O mediático advogado Amadeu Oliveira, candidato da UCID por São Vicente, que na semana passada incidiu seu discurso na empregabilidade jovem versus formação superior e profissional, regressou ao tema que o celebrizou: a luta em prol de uma justiça transparente e ao serviço do povo. "A justiça que temos não serve nem ao Estado, nem ao povo, nem às famílias", afirma com convicção e atacando directamente o MpD e o PAICV.
A candidatura do Partido Popular (PP) às eleições legislativas do dia 18 vai estar hoje em Assomada, Santa Catarina, para prestar homenagem ao antigo juiz e advogado, Felisberto Vieira Lopes, já falecido.
Consulta feita ao Livro de Distribuição de Processos no Tribunal da Praia comprova as denúncias que, desde o passado dia 10 de Março, quando o advogado Amadeu Oliveira foi detido pela Policia Nacional, a ordens da Juíza Ivanilda Varela, o causídico vinha efectuando sobre presumíveis actos de fraude processual, referente ao sorteio efectuado na Secretaria Central do Tribunal da Praia no momento da indigitação do Juízo onde o seu processo deveria ser tramitado. Inicialmente, na quarta-feira, 10, nem o representante do Ministério Público queria acreditar no que os seus ouvidos...
A segunda parte do julgamento de Amadeu Oliveira, esta sexta-feira, 5, seguiu o mesmo trilho: o arguido a manter as acusações contra os juizes Benfeito Mosso Ramos e Fátima Coronel e, desta vez, a pegar nos estatutos do advogado para dizer que é obrigado a denunciar sempre violações dos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos, o que, a seu ver, sucedeu com processos decididos pelo Supremo Tribunal de Justiça. Detalhe: respondia às perguntas dos advogados de acusação, num ping-pong que Oliveira soube aproveitar para mostrar que, mais do que as suas desavenças com os juizes do...
Amadeu Oliveira informou ao tribunal que vai prescindir de três ou quatro testemunhas importantes, que teriam posições ainda mais radicais, para "não escangalhar todo o sistema judicial cabo-verdiano". Saiba agora o que está por detrás dessa postura mais moderada de Oliveira e o que essas testemunhas têm em mãos e que mantém o advogado num dilema profundo.
Alguém acredita que uma pessoa que foi Ministra num sistema bipartidário em tempos de grande crispação política é capaz de, de repente, perdendo o seu partido as eleições, passar a ser juíza isenta para estar nos tribunais comuns julgando, inclusive, casos de ressonância política, como aconteceu em 2001, ou representar depois o Estado em tribunais internacionais ou regionais? Não seria impossível, pois a isenção e imparcialidade devem existir no espírito dum juiz em qualquer circunstância, mas ninguém acredita e em política o que parece é. E o que parece é uma negação...
O 4º juízo-crime do Tribunal da Praia agendou para o próxima dia 23 o julgamento de Amadeu Oliveira, acusado de 14 crimes de ofensa contra os juízes do Supremo Tribunal de Justiça e que estava prestes a ser detido por não comparecer à audiência de início de Janeiro. O grupo que apoia o advogado está dividido entre os que insistem na resistência para ignorar esse julgamento, por incompetência do 4º juizo-crime para julgar Amadeu Oliveira e os que defendem a sua presença no tribunal para ajudar a melhorar o sistema e não escangalhar e desautorizar os tribunais. Amadeu só vai...