"E o que ocorreu depois na frente cultural da luta pela independência de Cabo Verde correspondeu plenamente ao apelo de Amílcar Cabral para a reafricanização dos espíritos, tendo havido nessa altura e nos tempos posteriores pós-coloniais uma grande explosão cultural de que beneficiaram todas as expressões e manifestações culturais da identidade crioula caboverdiana, doravante assumida na sua plenitude sem qualquer preterição ou qualquer obliteração de nenhuma das suas co-matrizes e das suas dimensões, incluindo da sua co-matriz negro-africana, da sua dimensão afro-crioula e...
A escritora cabo-verdiana Dina Salústio considera que a poesia em Cabo Verde está num “bom caminho”, mas recomenda aos jovens poetas a se dedicarem à leitura e pesquisa sobre o género.
"Esquecem-se todavia os detractores do ALUPEC que dos primeiros alfabetos utilizados para a escrita da língua caboverdiana, e certamente o primeiro sistematizado, foi o alfabeto de base fonético-fonológica criado por António da Paula Brito para escrever em versão bilingue português-caboverdiano a primeira gramática da língua caboverdiana - na variante de Santiago- e que fez publicar, em 1877, no Boletim da Sociedade de Geografia de Lisboa. Esquecem-se ademais os detractores do mais recente alfabeto de base fonético-fonológica para a escrita da língua caboverdiana que a partir do...
«Como se sabe, o barlaventismo sociológico, cultural e literário acima referido, representado e tornado visível especialmente nos dois ensaios de João Lopes e nos textos ensaísticos de Baltasar Lopes da Silva “Uma Aventura Românica nos Trópicos”, “Notas sobre a Linguagem das Ilhas”, todos publicados na revista Claridade, e no opúsculo Cabo Verde Visto por Gilberto Freyre, do mesmo Baltasar Lopes da Silva, bem como nas obras literárias de alguns neo-claridosos, com destaque para Pedro de Sousa Lobo e Nuno de Miranda, vindos a público na mesma revista Claridade e em outras...
"...me parece que esse esforço de alguns de promover uma “cabo-verdianidade isolacionista”, baseada na nossa não pertença continental, deriva e tem alicerces nessa África Negra do imaginário, meticulosamente construída e tida como referência padronizada, embora sem existência real. E já agora: haverá um padrão cultural cabo-verdiano?"
Longe do grémio e a salvo dos vícios do português académico, concluo esta inconformada reflexão, fazendo votos de que as inquietações aventadas venham a revelar-se meras extrapolações! Porém, por coincidência do destino, ou talvez não, a fé depositada nessa aspiração foi de súbito abafada pelo som que me chega, através da RTP África: “Decorre, esta semana, na ilha de São Vicente as negociações para a implementação do novo protocolo no âmbito do Acordo de parceria no domínio das pescas entre a União Europeia e Cabo Verde.” Será este tipo de viragem que subsidia o...
O artista luso-cabo-verdiano Dino d’Santiago faz a sua estreia na sétima arte como actor e com o tema original “Filho do Vento” no filme “O Vento Assobiando nas Gruas”, da realizadora Jeanne Waltze.