Os sindicatos que convocaram a greve nacional de 72 horas dos agentes de segurança privada, iniciada ontem, 17, decidiram ao final da tarde suspende-la a partir das 00:00 de sexta-feira, em sinal de protesto contra a requisição civil decretada pelo Governo, que, com a medida, passa a “expor os trabalhadores a serem alvo de perseguição e processos disciplinares ou civis”.
A falta de consenso entre os sindicatos e a Associação Nacional das Empresas e Segurança Privadas, na reunião de “conciliação” realizada esta segunda-feira sob a mediação da Direcção-Geral do Trabalho, não evitou a greve de 72 que já estava agendada para esta quinta-feira, 17.
Deputado nacional lança fortes acusações sobre os jornalistas, o sindicato que os representa, AJOC, e estes procuram defender-se ao “bombardeamento político”, num ambiente onde todos ralham, mas a culpa morre solteira. Tamanha intolerância, no país dos absurdos!
De há alguns dias a esta parte, o jornalismo cabo-verdiano, os seus profissionais e o sindicato da classe têm sido alvo de ataques desmedidos, injustificáveis e gratuitos por parte do poder político. Primeiro, foi o comunicado do Governo e outras reacções consequentes ao tratamento jornalístico dado, pela imprensa nacional, ao relatório do Departamento de Estado sobre os Direitos Humanos em Cabo Verde.
É um grande ganho e um passo importante no respeito pelos direitos da pessoa humana. Cabo Verde inicia a caminhada pelo reconhecimento dos trabalhadores domésticos e das trabalhadoras domésticas através do Projecto INSPIRED + Cabo Verde.
O Governo, baseado na Lei da Comunicação Social artigo 19º que versa sobre o exercício de direito de resposta e a Lei de Imprensa, capítulo VI sobre Direito de Resposta e Retificação, artigo 30º , vem por este meio solicitar a retificação da notícia divulgada pela Agência Lusa com o título “Relatório dos EUA assinala violação da liberdade de imprensa em Cabo Verde” e reproduzida pelos demais órgãos de comunicação social cabo-verdiana e portuguesa segundo a qual o relatório do “departamento de Estado norte-americano assinala a violação da liberdade de imprensa”.
O relatório do Departamento Norte-americano ainda está na ordem do dia. Hoje a AJOC emitiu um comunicado de imprensa onde condena a atitude do governo, sobretudo do ministro Abraão Vicente e reafirma confiança nas capacidades dos jornalistas cabo-verdianos.