É, pois, nesse terreno duplamente fértil mas também duplamente pantanoso que se vêm acolhendo os pescadores das águas turvas da descrioulização, sempre à cata de formas descaradas ou subtis de levar a bom porto o seu empreendimento e o seu empenhamento des-identitários, bastas vezes de teor reaccionário, obscurantista e neo-colonial(ista), mesmo quando travestido em modos supostamente modernizantes, eruditos e cosmopolitas, ainda que estranhamente reduzidos ao almejado e selecto mundo das elites islenhas amiúde imbuídas de saudosistas complexos de superioridade em relação às...
Cabo Verde, como pequena nação insular vive as consequências de uma globalização descontrolada radicalmente liberal, penalizadora de países pequenos e pobres. Vivemos também como ator ativo inserido numa sociedade internacional em estado de crise global, de natureza sanitária epidemiológica, económica, ecológica e ambiental extremamente agravada e aprofundada pela atual pandemia Covid -19. Os países mais industrializados estão ampliando a crise ambiental, com seus expoentes de desmatamento, (Amazona),desertificação, dispersão de resíduos nuclearios, pelas bandas dos países...
No próximo dia 25 de Outubro de 2020 os cabo-verdianos no país (na diáspora não, que pena!) serão convocados às urnas para o exercício de um dos direitos constitucionais mais valiosos e pilares de um estado de direito democrático: a escolha de seus representantes eleitos através do voto livre e secreto. Os representantes autárquicos são a bola da vez. Amparados pela lei orgânica dos municípios de Cabo Verde (Lei nº 134/IV/95), as cabeças de lista e suas equipes terão a nobre missão de dirigir as Câmaras Municipais (executivo) e as Assembleias Municipais (legislativo e...
O dia 5 de julho é um momento de celebração do sucesso de Cabo Verde como nação e de reflexão sobre o quão longe chegamos para nos tornarmos o país que Cabo Verde é hoje, e definitivamente ninguém pode dizer que a Independência não foi uma boa decisão dos seus fundadores, motivo de orgulho para todos os Caboverdeanos, dentro e fora do país.
Hoje, sem que o previsse, descobri-me a divagar sobre a regionalização. Escusado será dizer que nunca acreditei que ela fosse solução e muito menos salvação para as nossas vicissitudes e mazelas. Sempre entendi que, em Cabo Verde, pela nossa dimensão, ethos e tradição, os atores políticos e as esferas de decisão estão naturalmente próximos da população. Poucos países no mundo podem gabar-se de os seus governantes e governados terem tanta probabilidade de se (entre)cruzarem, dialogarem e “mandarem recados”. De certa forma, as nossas relações são do tipo face a face,...